O Facebook está nos tornando infelizes (Facebook
Is Making Us Miserable)
De Daniel Gulati com tradução livre de Sérgio Duarte
Quando o Facebook foi fundado em
2004, começou com uma missão aparentemente inócua: - conectar amigos.
Com cerca de sete anos de vida e
800 milhões de usuários, hoje a rede social assumiu a maioria dos aspectos da
nossa vida pessoal e profissional, e está se tornando rapidamente a dominante plataforma
de comunicação do futuro.
Mas neste novo mundo de conexões em
todos os lugares, o Facebook tem um lado escuro.
Na minha recente postagem (post) percebi
que as redes sociais e o Facebook são os principais contribuidores para a
ansiedade das pessoas.
É claro que o Facebook, em particular
dá um passo adiante em relação a nos fazer pessoas infelizes.
Vamos aos fatos.
Com graus explosivos de crescimento
o Facebook tem lançado produtos (aplicativos) como o Newsticker, Top Stories
(no new feeds) e grandes fotografias, que têm sido os principais focos com o objetivo
de incentivar mais compartilhamento entre pessoas.
E isto constata, precisamente,
esta grande quantidade de opções de partilha está ameaçando nosso sentido de
felicidade.
Ao escrever Passion &
Purpose, monitorei e observei como o Facebook estava impactando as vidas de
dezenas de jovens executivos.
Quando lancei minha pesquisa, ela
se tornou clara sobre todas as coisas por detrás do Facebook como ligações, comentários,
partilhas e postagens. Onde há grandes pistas de ciúme, ansiedade, e, até um caso
de depressão.~
Foi dito por um entrevistado sobre
o Facebook, por exemplo, que em uma relação com um colega, que o mesmo não
fazia nenhum tipo de atualização do mesmo (update), por ciúmes.
E conforme eu ia mais fundo na
pesquisa, descobri a rápida ascensão de produtos, responsáveis por formas
angustiantes em que o gigante de mídia social fundamentalmente altera o senso
diário de bem-estar em nossas vidas pessoais e de trabalho.
Em primeiro lugar, com a criação
de celeiro de comparações, já que uma vez que nossos perfis no Facebook são de auto-curadoria,
todos os usuários têm um forte viés em direção a promover a divulgação dos
marcos positivos e evitar a menção de partes negativas de suas vidas.
Ou de realizações pessoais como:
"olha , eu fui promovido!" ou "Dê uma olhada no meu novo carro
esportivo," o que cria uma cultura on-line de competição e comparação.
Um entrevistado comentou, também na
pesquisa, ainda que: "Eu sou muito competitivo por natureza, por isso,
quanto aos meus amigos próximos, após uma boa notícia, eu sempre dou uma
evidência"
Comparado-nos uns aos outros há um vetor resultante da infelicidade.
Tom DeLong, autor de Flying
Without a Net, descreve uma "Armadilha da Comparação (Comparing Trap, tradução
livre). Ao descrever que: "- Não importa o quão bem sucedidos somos e
quantas metas nós conseguimos, essa armadilha faz com que devamos recalibrar
nossas realizações”.
É como se nós julgássemos todas
as realizações até o momento em nossas vidas contra as vidas dos nossos amigos”,
pois estamos colocando padrões impossíveis para nós mesmos, tornando-nos mais inapropriados
do que nunca.
Em segundo lugar, o Facebook está
ajudando a fragmentar o nosso tempo.
Pois, não surpreendentemente, o
Facebook usa a estratégia "horizontal", que incentiva os usuários a
fazer logon nos mais diversos computadores.
Meus entrevistados tem regularmente
acessado o Facebook a partir do escritório, em casa através de seus iPads, e ao
mesmo tempo fazendo compras em seus smartphones.
Isto significa que centenas de milhões
de pessoas estão menos "presente" a um único local., estando on-line
em vários lugares.
Por ex.: Preso no trânsito? É
hora de procurar a uma newsfeed.
Um outro ex. relatou um entrevistado:
"Eu quase fui atropelado por um carro enquanto usava o Facebook ao atravessar
a rua."
Deixando o risco de dano físico
real à parte, o problema com esta constante "tabulação" entre as
tarefas da vida real e Facebook é o que os economistas e os psicólogos chamam
de "custos de mudança." (há a perda de produtividade associada à mudança
de uma tarefa para outra).
O famoso Dr. Srikumar Rao argumenta
que, as distrações constantes levam à má qualidade de vida, impactando
negativamente no nosso senso de auto-estima.
E por último, em nossa análise, há
um declínio nos relacionamentos próximos.
Longe estão os dias onde o
Facebook apenas complementava nossos relacionamentos na vida real.
Hoje, o Facebook adiciona novas
funcionalidades como chat de vídeo, e ele está se tornando rapidamente um
substituto viável para reuniões, construção de relacionamento, e até mesmo
reuniões familiares. Cada vez mais há uma interação que substitui formas rica
de comunicação como: uma reunião entre pessoas; ou um longo telefonema; ou até
mesmo uma encontro em um restaurante - as pessoas tem perdido oportunidades
para interagir de forma mais próxima.
Assim, o Facebook continua a adicionar novos
recursos para nos ajudar a conectar com mais eficiência online, para que a
batalha em manter relações off-line se torne ainda mais difícil, como "as
propriedades de proximidade pelas amizade." – afirma o professor de psicologia
Jeffrey Parker
Então, o que devemos fazer para
evitar as armadilhas do Facebook?
Reconhecendo que
"desistir" do Facebook é uma idéia completamente irrealista, ainda
podemos tomar medidas para alterar os nossos padrões de uso e reforçar as nossas
relações com o mundo real.
Algumas táticas que sugiro incluem
o bloqueio de tempo (ao invés de visitar de forma constante durante o dia todo),
as pessoas de forma seletiva (pois deveriam cortar nas listas parceiros indesejáveis,
como colegas de trabalho fofoqueiros... entre outros) e investir mais tempo na
construção de relacionamentos off-line.
E corajosamente excluir o
Facebook de seus smartphones e iPads, assim como ficar em log off (desligados)
da plataforma por longos períodos de tempo.
E aí, o Facebook está fazendo você
infeliz? Que outras dicas você pode compartilhar com as outras pessoas?
fonte: Harvard business Review
Daniel Gulati is a tech entrepreneur based in
New York. He is a coauthor of the new book Passion & Purpose: Stories from
the Best and Brightest Young Business Leaders.