quarta-feira, 14 de dezembro de 2011


O Facebook está nos tornando infelizes (Facebook Is Making Us Miserable)
De Daniel Gulati com tradução livre de Sérgio Duarte

Quando o Facebook foi fundado em 2004, começou com uma missão aparentemente inócua: -  conectar amigos.

Com cerca de sete anos de vida e 800 milhões de usuários, hoje a rede social assumiu a maioria dos aspectos da nossa vida pessoal e profissional, e está se tornando rapidamente a dominante plataforma de comunicação do futuro.

Mas neste novo mundo de conexões em todos os lugares, o Facebook tem um lado escuro.

Na minha recente postagem (post) percebi que as redes sociais e o Facebook são os principais contribuidores para a ansiedade das pessoas.

É claro que o Facebook, em particular dá um passo adiante em relação a nos fazer pessoas infelizes.
Vamos aos fatos.

Com graus explosivos de crescimento o Facebook tem lançado produtos (aplicativos) como o Newsticker, Top Stories (no new feeds) e grandes fotografias, que têm sido os principais focos com o objetivo de incentivar mais compartilhamento entre pessoas.

E isto constata, precisamente, esta grande quantidade de opções de partilha está ameaçando nosso sentido de felicidade.

Ao escrever Passion & Purpose, monitorei e observei como o Facebook estava impactando as vidas de dezenas de jovens executivos.

Quando lancei minha pesquisa, ela se tornou clara sobre todas as coisas por detrás do Facebook como ligações, comentários, partilhas e postagens. Onde há grandes pistas de ciúme, ansiedade, e, até um caso de depressão.~

Foi dito por um entrevistado sobre o Facebook, por exemplo, que em uma relação com um colega, que o mesmo não fazia nenhum tipo de atualização do mesmo (update), por ciúmes.

E conforme eu ia mais fundo na pesquisa, descobri a rápida ascensão de produtos, responsáveis por formas angustiantes em que o gigante de mídia social fundamentalmente altera o senso diário de bem-estar em nossas vidas pessoais e de trabalho.

Em primeiro lugar, com a criação de celeiro de comparações, já que uma vez que nossos perfis no Facebook são de auto-curadoria, todos os usuários têm um forte viés em direção a promover a divulgação dos marcos positivos e evitar a menção de partes negativas de suas vidas.

Ou de realizações pessoais como: "olha , eu fui promovido!" ou "Dê uma olhada no meu novo carro esportivo," o que cria uma cultura on-line de competição e comparação.

Um entrevistado comentou, também na pesquisa, ainda que: "Eu sou muito competitivo por natureza, por isso, quanto aos meus amigos próximos, após uma boa notícia, eu sempre dou uma evidência"

Comparado-nos uns aos outros há um vetor resultante da infelicidade.

Tom DeLong, autor de Flying Without a Net, descreve uma "Armadilha da Comparação (Comparing Trap, tradução livre). Ao descrever que: "- Não importa o quão bem sucedidos somos e quantas metas nós conseguimos, essa armadilha faz com que devamos recalibrar nossas realizações”. 

É como se nós julgássemos todas as realizações até o momento em nossas vidas contra as vidas dos nossos amigos”, pois estamos colocando padrões impossíveis para nós mesmos, tornando-nos mais inapropriados do que nunca.

Em segundo lugar, o Facebook está ajudando a fragmentar o nosso tempo.

Pois, não surpreendentemente, o Facebook usa a estratégia "horizontal", que incentiva os usuários a fazer logon nos mais diversos computadores.

Meus entrevistados tem regularmente acessado o Facebook a partir do escritório, em casa através de seus iPads, e ao mesmo tempo fazendo compras em seus smartphones.

Isto significa que centenas de milhões de pessoas estão menos "presente" a um único local., estando on-line em vários lugares.

Por ex.: Preso no trânsito? É hora de procurar a uma newsfeed.
Um outro ex. relatou um entrevistado: "Eu quase fui atropelado por um carro enquanto usava o Facebook ao atravessar a rua."

Deixando o risco de dano físico real à parte, o problema com esta constante "tabulação" entre as tarefas da vida real e Facebook é o que os economistas e os psicólogos chamam de "custos de mudança." (há a perda de produtividade associada à mudança de uma tarefa para outra).

O famoso Dr. Srikumar Rao argumenta que, as distrações constantes levam à má qualidade de vida, impactando negativamente no nosso senso de auto-estima.

E por último, em nossa análise, há um declínio nos relacionamentos próximos.

Longe estão os dias onde o Facebook apenas complementava nossos relacionamentos na vida real.

Hoje, o Facebook adiciona novas funcionalidades como chat de vídeo, e ele está se tornando rapidamente um substituto viável para reuniões, construção de relacionamento, e até mesmo reuniões familiares. Cada vez mais há uma interação que substitui formas rica de comunicação como: uma reunião entre pessoas; ou um longo telefonema; ou até mesmo uma encontro em um restaurante - as pessoas tem perdido oportunidades para interagir de forma mais próxima.

Assim, o Facebook continua a adicionar novos recursos para nos ajudar a conectar com mais eficiência online, para que a batalha em manter relações off-line se torne ainda mais difícil, como "as propriedades de proximidade pelas amizade." – afirma o professor de psicologia Jeffrey Parker

Então, o que devemos fazer para evitar as armadilhas do Facebook?

Reconhecendo que "desistir" do Facebook é uma idéia completamente irrealista, ainda podemos tomar medidas para alterar os nossos padrões de uso e reforçar as nossas relações com o mundo real.

Algumas táticas que sugiro incluem o bloqueio de tempo (ao invés de visitar de forma constante durante o dia todo), as pessoas de forma seletiva (pois deveriam cortar nas listas parceiros indesejáveis, como colegas de trabalho fofoqueiros... entre outros) e investir mais tempo na construção de relacionamentos off-line.

E corajosamente excluir o Facebook de seus smartphones e iPads, assim como ficar em log off (desligados) da plataforma por longos períodos de tempo.

E aí, o Facebook está fazendo você infeliz? Que outras dicas você pode compartilhar com as outras pessoas?

fonte: Harvard business Review 
Daniel Gulati is a tech entrepreneur based in New York. He is a coauthor of the new book Passion & Purpose: Stories from the Best and Brightest Young Business Leaders.