segunda-feira, 28 de março de 2016


Quem é o líder e a nossa Eleição Presidencial

Os efeitos provocados pelos meios de comunicação de massa
“dependem das forças sociais que predominam num determinado período”
(LAZARSFELD, 1940, p.330).

Em um trabalho durante a Segunda Guerra Mundial sobre a questão dos efeitos que obtinha a propaganda aliada dirigida às tropas alemãs a quem pretendia convencer a depor as armas, Shils e Janowitz (1948) salientavam que a eficácia dos Mass Media (da mídia de massa) só é suscetível de ser analisada no contexto social em que atua. E isto é o que estamos observando no movimento de governistas e oposicionistas no Brasil na proposta de Impeachment.

A influência da Mídia depende das características do sistema social. E isto ficou claro nas últimas eleições para a presidência do Brasil. Vemos, notadamente, o quê está presente na mente dos agentes públicos e classe letrada brasileira em suas passeatas pelo Brasil

Uma Teoria dos Efeitos Limitados salienta uma relação causal direta entre propaganda de massas e manipulação da audiência para passar a insistir num processo indireto de influência em que as dinâmicas sociais se intersectam com os processos comunicativos, explicado por Mauro Wolf (1999) e isto é que é a estratégia vista nos telejornais, jornais, portais, entre outros.

Um artigo que recomenda é a obra de Lazarfeld, The People's Choice. How the Voter Makes up his Mind in a Presidential Campaign – sobre como as pessoas fazem suas escolhas em eleições para presidência nos Estados Unidos para ajudar a entender o momento político à luz da Propaganda. 

Em seu trabalho, Lazarsfeld investigou as escolhas dos eleitores do papel da posição socioeconômica, da religião, do grupo etário e de outros fatores sociológicos na predisposição das orientações de voto, como também a correlação entre o grau de interesse, de motivação e de participação na campanha eleitoral. 

Hoje, no cenário brasileiro Brasil o estudo é uma reflexão sobre a quem deve-se dar crédito no jogo político brasileiro, já que somos 203 milhões de brasileiros. 

Em suma, os resultados do trabalho de Lazarsfeld, no século passado, promoveram a "descoberta” dos líderes de opinião e o fluxo de comunicação. Hoje, sabemos muito sobre como a informação circula mas...

Quem são os atuais lideres no Brasil? 


Adaptado por Sérgio Duarte do livro
 Teorias da Comunicação de Mauro Wolf

quinta-feira, 10 de março de 2016

Publicidade ou Propaganda? Tronco ou Jacaré?

Publicidade ou Propaganda? Tronco ou Jacaré?




Depois de 30 anos trabalhando em emissoras de rádio, TV e em algumas agências de propaganda, decidi ingressar na carreira acadêmica. Não parece que já é passado 13 anos em sala de aula e, de uns 3 anos para cá... venho perguntando aos futuros formandos, alunos geralmente no sétimo período em Comunicação Social, qual a diferença entre propaganda e publicidade.

O branco é geral. E o pior é que estão se formando...

O cenário em sala de aula tem conexão com a animação do tronco ou jacaré, onde dois touros tem que decidir na beira do rio, se devem pisar em um tronco  que se parece com um jacaré, estático, na beira do rio. E se um deles ao pisar e for realmente, um tronco poderá ficar acima da água, mas se for um jacaré: é engolido pela sua falta de percepção e conhecimento.

Veja o vídeo de um minuto e volte para a leitura do texto
https://www.youtube.com/watch?v=6QlQ7CRGTe4

Publicidade ou propaganda?

Voltando à interação em sala de aula, tenho sempre a mesma surpresa acerca daqueles que irão se formar no curso de propaganda e publicidade. Um em cada dez sabe dizer as diferenças... 

O pior é o dilema do tronco ou jacaré. Muitos pisam e se afundam...

E para piorar, os estudantes, só se lembram da aula teórica que diz que propaganda foi a propagação da fé católica pelo Papa Clemente VII, em 1597, quando do início do ideário da propaganda religiosa, e para piorar citam a publicidade como uma simples derivação da palavra em latim “publicus”. E nada mais. 

Isto é muito pouco para quem precisa tomar decisões sobre as ferramentas de comunicação a serem utilizadas em campanhas de comunicação.

Para que o leitor não fique na beira do rio, e pergunte se é tronco ou jacaré, segue uma dica sobre o assunto: se é anúncio é propaganda, e se é notícia é publicidade. Simples! 

Continuando. 

A publicidade é uma informação de um cliente, disseminada editorialmente através de jornal, revista, rádio, TV, cinema ou outros meios de comunicação com a finalidade de divulgar informações sobre pessoas, empresas, produtos, entidades, ideais, eventos etc., sem que para isso o anunciante pague pelo espaço.

A propaganda é quando um anunciante paga por um anúncio, por exemplo, um spot de 30 segundos no rádio, ou pela exibição de um vídeo no intervalo comercial da novela, ou por um anúncio de rodapé em um jornal ou site na web. Pagou não é publicidade é propaganda (e dá para ser medida pelo número de leitores, telespectadores, page views, ouvintes,...)

Entendo que há uma linha tênue nos conceitos de propaganda e publicidade, pois quando falamos das características da propaganda que são informar e persuadir, e da publicidade que é informar, temos o verbo: informar, e isto confunde a cabeça de alguns.

Vamos tirar mais esta dúvida na prática.

Em um caso de propaganda de um novo produto, como por exemplo, um produto inovador. No seu lançamento tem que informar ao consumidor sobre suas características, funcionalidades, e tudo que seja de novo. Por isso a propaganda é informativa. Mas, quando ela é persuasiva?

Simples. Depois de levada a informação de um produto através de um anúncio, a propaganda se torna persuasiva devido ao surgimento dos concorrentes. Quer um exemplo?

Gosto muito de apresentar aos estudantes o caso das sandálias Havaianas, já que muitos gostam de usar o produto de origem japonesa.

As havaianas tiveram seu lançamento no mercado de varejo no início dos anos 1960. Após o conhecimento do produto (através da informação) surgiu nos anos 1970 um forte concorrente.

As alpargatas (dona da marca) através de propaganda na TV a empresa tiveram que persuadir os compradores devido ao surgimento das sandálias as Baianas. Acredite. 
Repita: As Havaianas. As Baianas. Dá ou não dá para confundir na hora da compra... (imagine a situação de uma pessoa na sapataria pedindo: - “Me dá uma baiana, mesmo. Aliás, aqui é Brasil”. É tudo igual... baiana... havaiana).

Bem, na campanha das sandálias Havaianas, na época ficou claro que era necessário  persuadir os telespectadores com os dizeres: Havaianas não soltavam as tiras (...) e não deixavam cheiro. O que acontecia com as sandálias As Baianas.

Tronco ou jacaré? Propaganda ou publicidade? Havaianas ou baianas?

É tudo igual?

Aproveite e assiste a campanha com Chico Anysio como protagonista> https://www.youtube.com/watch?v=BqQ2RPKljEc