segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Propaganda de cerveja e vinho na TV somente entre 21 e 6 da madrugada

Propaganda de cerveja e vinho na TV somente entre  21 e 6 da madrugada

O Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região determinou que as bebidas com teor alcoólico igual ou superior a 0,5 graus pela escala Gay Lussac, o que na prática envolve cervejas e vinhos, passam a ter a propaganda comercial em rádio e televisão restringida em todo País.

A decisão resulta de ação civil pública encaminhada pelo Ministério Público Federal. De acordo com ela, cervejas e vinhos passam a sofrer incidência da lei 9.294/1996, que limita a publicidade em relação ao horário e conteúdo.

Os comerciais só poderão ser veiculados entre 21h e 6h e não poderão associar o produto a esportes, condução de veículos, condutas exitosas ou melhor desempenho sexual.

Também deverão passar a conter nos rótulos a advertência: “Evite o consumo excessivo de álcool”.

A decisão foi tomada em segunda instância e ainda cabe recurso da decisão.

Em 2012, julgamento similar, contrário à propaganda de cervejas, foi feito em primeira instância pela Justiça Federal de Santa Catarina.

Segundo o relator do processo, o desembargador federal Luís Alberto d’Azevedo Aurvalle: “é notório que as propagandas de bebidas alcoólicas, em especial as de cerveja, associam o consumo a imagens e situações atraentes, divertidas, pessoas bonitas, erotismo e juventude. Considerando que não há restrição em relação ao horário para a divulgação e veiculação de referidas imagens, elas tendem a ser recebidas por crianças e adolescentes, influenciando-as, portanto, em virtude de sua vulnerabilidade na liberdade de escolha”.

Caso não haja recurso, Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) têm 180 dias a contar da publicação do acórdão para alterar os critérios a serem seguidos em contratos comerciais que tenham como objeto propaganda de bebidas alcoólicas.

Em caso de descumprimento, as rés deverão pagar multa diária de R$ 50 mil.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A Mentira ao seu lado

A Mentira ao seu lado

Texto traduzido por Sérgio Duarte e adaptado de 
How and Why We Lie at Work, por Tomas Chamorro-Premuzic.

Apesar de toda a sociedade condenar a mentira, ele ainda é uma característica comum da vida cotidiana.

Uma pesquisa sugere que os americanos, em média, falam em média duas mentiras por dia no ambiente de trabalho. E isto segue o princípio de Pareto: 20% das pessoas mentem contra 80%, nos Estados Unidos.

Então, como você lida com um colega de trabalho que você suspeita estar mentindo no Brasil ou nos Estados Unidos?

Resposta: depende do tipo de mentira, e do tipo de mentiroso...

Mentirosos frequentes têm duas características marcantes.

Primeiro, eles são moralmente fracos, pois eles não veem a mentira como uma atitude antiética.

Segundo, ao passo que a maioria das pessoas mente quando estão sob pressão, os mentirosos contumazes mentem e, se sentem bem quando estão no controle das coisas.

Outros estudos descobriram que os mentirosos frequentes são mais propensos a admitir a mentira.

Se você está lidando com um mentiroso, ele ou ela provavelmente tem fortes habilidades sociais e uma boa quantidade de cérebros. Estudos têm indicado que as pessoas criativas e pensadores podem ser bons mentirosos.

Por exemplo, a prova neuropsicológica sugere que a mentira exige maior capacidade de memória de trabalho, que está fortemente relacionado ao QI (coeficiente de inteligência).

Além disso, eficazes mentirosos tendem a ter níveis mais elevados de inteligência emocional, o que lhes permite manipular sinais emocionais na comunicação, trabalhar  as reações do seu público, e evitar algo chamado de vazamento não-verbal , quando a nossa linguagem corporal não corresponde ao que nós estamos dizendo .

O ponto-chave para conviver com mentirosos do dia a dia não é identificar se eles estão dizendo a verdade, mas se podemos prever o que eles estão propensos a fazer.

Agora, um mentiroso não muito frequente tem um perfil psicológico diferente.

Muitas de suas mentiras são produtos da insegurança, pois elas são motivadas pelo medo, o que fornecem proteção psicológica temporária para o ego do mentiroso.

Um exemplo simples, quando perguntado se você conhece alguém importante ou leu um livro clássico (como o Pequeno Príncipe ou Don Casmurro, por exemplo), você pode instintivamente responder de forma automática: "sim".

A resposta afirmativa é apenas para evitar uma rejeição ao entrevistador. Mas, há um claro aumento da insegurança com este tipo de resposta, se for o seu caso...

Esses tipos de mentiras orientadas pela insegurança são muitas vezes uma tentativa da pessoa em ganhar status.

As mentiras de melhoria de status também são frequentemente utilizadas para estabelecer ou manter vínculos estreitos com os outros, como por exemplo, ao se fazer promessas vazias no trabalho ou no dia a dia... Enfim, a mentira está ao seu lado.

Em suma, a melhor maneira de lidar com um “cascateiro” no trabalho, por exemplo, é fazê-lo sentir aceito.

Se você está lidando com um mentiroso, lembre-se que, a maioria de nós percebe a mentira como uma tentativa deliberada de distorcer a verdade.

Parafraseando George Orwell: "se você quiser manter um segredo, também deve escondê-lo de si mesmo."


E se alguém é capaz de distorcer a realidade a seu favor, não está tecnicamente mentindo, apenas há uma incapacidade de ver a verdade.

E aí? Como você lida com os mentirosos de plantão?

domingo, 4 de janeiro de 2015

2015 é o ano da Internet das Coisas

2015 é o ano da Internet das Coisas

Depois de os computadores se conectarem via web e de as pessoas fazerem das redes sociais a extensão de suas vidas, 2015 deve ser o ano que consolidará a chamada "internet das coisas" – termo criado para explicar a conversa entre máquinas, o que, na vida real, já permite que celulares comandem lavadoras de roupas e se conectem a carros, por exemplo.

O professor da Uerj e pesquisador do MIT Media Lab Ronaldo Lemos identifica em alguns acontecimentos recentes a construção da pista de decolagem para essa nova tendência.

Um deles é a compra da Nest pelo Google por US$ 3,2 bilhões. A empresa adquirida, aparentemente uma fabricante de termostatos inteligentes, entra em cheio nessa onda, pois os aparelhos criados por ela são todos "inteligentes", ou seja, se conectam a outros dispositivos para funcionar.

Outro fator é o interesse do governo chinês, que investe maciçamente na área. Por lá, já há lâmpadas integradas à internet e que "falam" com outros aparelhos, como TV e utensílios domésticos. "Isso vai começar a entrar na casa dos consumidores de forma silenciosa", diz Lemos.
Estímulo do governo

Por aqui, o caminho também vai sendo pavimentado por ações do governo. O BNDES já realizou seminários em que indicou ter linhas de investimento para a área e, em maio, desonerou aparelhos de internet M2M (máquina-a-máquina).

O nome pode parecer estranho, mas são essas conexões que ligam maquininhas de cartão de crédito, por exemplo. Até agosto, já eram 9,2 milhões de aparelhos M2M no país.
Lemos aponta os "smart grids" – redes inteligentes de transmissão e distribuição de energia – como um exemplo de que a internet das coisas já é realidade.

Essas redes já são implantadas por empresas como a CPFL, a fim de identificar escoadouros de energia e automatizar a cobrança dos consumidores.

"A expansão da banda larga muda o comportamento do consumidor, que pressiona por novos serviços. O cidadão fica 'inteligente', utiliza o Waze, apps para medir energia, e ele começa a esperar que, não só a cidade, mas empresas e órgãos públicos também utilizem esses sistemas para facilitar a vida dele", comenta André Gualda, especialista do ConsumerLab da Ericsson na América Latina.

Para ele, apesar de ser uma tendência forte, a "internet das coisas" caminhará mais rápido conforme avançar o uso da banda larga e a cobertura de celular de qualidade no Brasil. Lemos aposta que a internet rápida vai dominar as iniciativas públicas no ano, já que o país come poeira dos vizinhos Colômbia, Venezuela e Argentina. “O Brasil ficou para trás nessa discussão.”


Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2015/01/2015-e-o-ano-de-maquinas-falarem-com-maquinas-apostam-especialistas.html