quarta-feira, 20 de julho de 2016

Do engajamento ao viewability: como a internet influenciou a medição de publicidade

Do engajamento ao viewability:
como a internet influenciou a medição de publicidade

Por José Calazans – Presidente do Comitê de métricas do IAB Brasil e Vitor Belotte – Presidente do Comitê de Viewability do IAB Brasil .

Desde 2006, os americanos têm uma definição bem abrangente para ações de engajamento de marca.
A Advertising Research Foundation oficializou o ‘Engagement’ como qualquer comunicação de uma marca que melhora atitudes e sentimentos dos consumidores ou provoca mudanças positivas no consumidor em relação a uma marca dentro de um contexto.

Nos últimos anos, estudos vêm mostrando como o comportamento do consumidor é influenciado pelo mundo digital.

O próprio modelo de funil de conversão, criado em 1898, estabelecido em 1925 e ressignificado nos anos 60, teve de ser redesenhado em 2007, pela Forrester, e em 2009, pela McKinsey, que introduziu a ideia de jornada do consumidor.

Também vimos, por exemplo, o clique perder importância, porque não conseguia correlacionar com pontos do funil de conversão, enquanto ascenderam outras métricas, como impressões entregues, desde que haja algum filtro que mostre que ao consumidor foi dada a mínima oportunidade de ver a peça.

Em 2011, associações americanas como a de agências, a de anunciantes e também a IAB (Interactive Advertising Bureau) reuniram-se para criar, juntamente com o MRC (Media Rating Council), um órgão para definir melhor métricas de mídia em um mundo tão digitalmente fragmentado.

O novo órgão, chamado 3MS (Making Measurement Make Sense), nasceu com a missão de definir padrões de mensuração cruzados on e off-line e revolucionar a forma como a mídia digital é medida, planejada e negociada em toda a indústria da publicidade, a fim de torná-la um meio mais valioso para todos os envolvidos em divulgação de marca.


Um desses padrões é a adoção do viewability. E, afinal, o que é ele?

A definição de Viewable Impression segundo MRC, e adotada pelo IAB, é que um banner deve estar com no mínimo 50% de sua área total aparente na tela ativa do usuário por pelo menos 1 segundo. Para vídeo, esse tempo dobra.

Agora, um desafio, clique em uma imagem e a deixe por apenas um segundo na tela. Depois, mude para outra janela.

E então, viu o banner?

Nas palestras e webinars que oferecemos na IAB, a maioria diz "não", "não deu tempo", "não consegui".

Mas e quando você está na rua andando e mexendo no celular, você já deve ter passado por várias anúncios em pontos de ônibus, certo?

E, quando, mesmo com o rádio ligado, se não está tocando "aquela música", e você está conversando com a pessoa ao lado? Por último, a situação clássica do telespectador que "nos reclames do plim-plim" foi ao banheiro?

Essa e outras situações são bastante comuns em nossa rotina, tanto que em muitos casos nem percebemos.

O que diferencia a internet de todas as demais mídias é exatamente a possibilidade de medição. E, quando falamos de Viewability, estamos falando da "oportunidade"!

A oportunidade de chamar a atenção do usuário para sua marca, seu anúncio, seu produto, sua promoção, talvez. Mas essa oportunidade será perdida se o criativo for ruim, se ele não estiver competindo com inúmeros outros pela atenção do usuário, se a audiência não for a correta, e, assim, por diante.

Outras métricas entram em jogo, como mouse over, play, áudio on, complete view, clique, aquisição, entre outras.

Analise as demais métricas que fizerem sentido para cada campanha específica, e não apenas o Viewability isoladamente.

Desta forma, sim, Viewability será a oportunidade que vai gerar engajamento e os resultados que as marcas buscam no meio digital.


Fonte: http://iabbrasil.net/artigo/do-engajamento-ao-viewability-como-a-internet-influenciou-a-medicao-de-publicidade

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Saiba como criar personagens para ganhar mercados

Saiba como criar personagens para ganhar mercados

fonte: Resultados Digitais




Quem trabalha com marketing, publicidade ou já anunciou na mídia, certamente foi questionado alguma vez sobre quem é o público-alvo da empresa.

Isso porque compreender o comprador é fundamental não só para o desenvolvimento de produtos, mas também para a produção de conteúdo que orientará a aquisição de novos clientes.

Na produção de material para o blog ou para as redes sociais de uma empresa utilizamos um recurso interessante que facilita o direcionamento dos temas: a criação de uma Persona, ou seja, a definição do cliente típico, com todas as principais características dos compradores.


O que é Persona

Uma boa definição de persona passa justamente pelo contato com o seu público-alvo, de modo que em uma rápida análise você possa identificar características comuns entre os potenciais compradores.

Se você possui uma base de clientes, esse será o lugar perfeito para começar suas investigações. Mesmo que você tenha perfis diferentes de pessoas ou empresas que consumiram seu produto, alguns deles tendem a exemplificar a sua Persona.

Uma dica importante é focar tanto em clientes satisfeitos quanto insatisfeitos. Em ambos os casos, você certamente aprenderá algo sobre a percepção do seu produto e quais desafios seus clientes estão encarando.


Questões que vão ajudar a definir uma Persona

Depois de levantar algumas informações, você vai precisar orientar-se pelo perfil de seu cliente típico, ou seja, pela maioria, para responder a algumas questões que vão ajudar a definir o perfil comportamental de sua Persona:

– Quem é o seu potencial cliente? (características físicas e psicológicas do responsável pela compra)
Que tipo de assunto interessaria para ele sobre o seu setor?

– Quais são as atividades mais comuns que ele realiza (tanto pessoalmente quanto profissionalmente)?

– Qual seu nível de instrução? Quais seus desafios e obstáculos?

– Que tipo de informações ele consome e em quais veículos?
– No caso de produtos B2B, qual é o tipo de empresa que compra a sua solução? E qual o cargo de quem compra?

– Quem influencia suas decisões?

Resumindo: você precisa ter em mente o que a pessoa responsável pela compra de seu produto ou serviço busca na área de atuação de sua empresa.
Pense nos assuntos em que ela pode estar interessada, como por exemplo os problemas que ela enfrenta no dia-a-dia relacionados ao seu setor.

Uma vez encerrado esse processo, você terá uma boa quantidade de dados brutos sobre os potenciais consumidores.

Como criar a sua Persona
O próximo passo é detalhar o perfil do cliente a partir das respostas obtidas. Com isso, você poderá unificar as informações e elaborar o personagem em um documento a ser disponibilizado para todos na empresa que possam se beneficiar do estudo que você fez.

Ao finalizar o processo, você pode (até) dar um nome para a sua persona.

Isso facilitará os debates internos colocando o persona como alvo: “Mas você acredita que o João Carlos se interessaria por isso?”.

Outra possibilidade um pouco além é utilizar algum modelo gráfico para representar a persona.
Para ilustrar isso um pouco melhor  demonstramos a seguir uma criação que desenvolvemos com o pessoal do Blog da SipPulse, empresa que fornece software de telefonia de alto volume para operadoras e entidades governamentais.


O nome escolhido para a persona foi João Pulse.


terça-feira, 26 de abril de 2016

Flamengo cometeu erro de projeto...

Flamengo cometeu erro de projeto...

Quando estudamos a gestão de projetos, entendemos que todas as ações devem ser estudadas e discutidas com sua equipe com muita antecedência. Até por que o inusitado pode acontecer...

Projetos podem ser como construir pontes ou simplesmente atrair à atenção do grande público em estádio em oportunidades de mídia ou anúncios de oportunidade. E algumas oportunidades são perdidas e transformadas em desastres...

Por exemplo, todos os anos, a TV americana nos apresenta no intervalo comercial do Superbowl uma chamada para a TV que custa em média um milhão de dólares em apenas 30 segundos !

Estou falando dos jogos das finais do futebol americano. E quem não lembra da polêmica presença de Janet Jackson quando deixo os mamilos de fora...



Aqui, na Amazônia, no último domingo, em um jogo decisivo para Flamengo e Vasco, além da rivalidade entre os grandes times de futebol do Rio de Janeiro, uma cena roubou a atenção dos telespectadores do jogo na arena amazônica: a entrada dos jogadores do Flamengo ao estilo dos jogadores de Rugby que de forma truculenta deixaram para atrás um grupo de criança, que tinha a esperança de entrar no gramado com os seus ídolos ou talvez dos pais, que compraram o título de sócio torcedor que dizia o seguinte:


Veja que no texto estava escrito que estavam abertas vagas para as crianças entrarem em campo !!!

E para piorar na segunda-feira o presidente do clube apoio o não cumprimento desta promessa ao consumidor de Manaus. Um crime previsto no código de defesa do consumidor.

Mais um erro de projeto !

Talvez, o presidente Bandeira de Mello deveria tomar umas aulas com Eurico Miranda, que em 2000 entrou em jogo de transmissão exclusiva da TV Globo com a logomarca do SBT, com mais de duas horas de exposição em época que não existiam as redes sociais.


terça-feira, 12 de abril de 2016

Publicidade na Internet tem retorno?

Publicidade na Internet tem retorno?


Começamos com uma provocação esta postagem: - "Será que houve uma segunda bolha digital, a exemplo daquela que estourou em 2000, produzindo estragos desastrosos e jogando sombras sobre a internet como mídia"? A resposta: - certamente, não. 

A maioridade da internet no Brasil alcançou a maioridade, mesmo alguns empresários não tenho percebido isto.

Um dos principais motivos, certamente, é a sua estruturação como mídia organizada e relevante para a veiculação de publicidade.

Como exemplo, vemos as tecnologias digitais que permitem a inserção até de filmes interativos, com qualidade audiovisual igual à da tevê. 

Os sites e portais estabelecem departamentos de mídia organizados. 

As formas de mensuração do retorno da publicidade on-line estão muito mais completas. É possível saber, em tempo real, quanto tempo uma pessoa assistiu a um comercial e até de que forma.

E quando anunciantes do porte do McDonald´s anunciaram, recentemente, que investiriam mais em publicidade na internet do que na tevê é um sinal claro de que as coisas mudaram. Lá no Reino Unido, há tempos que as pessoas gastam mais tempo na World Wide Web do que em frente ao monitor de TV.

Sendo assim, já podemos afirmar que a propaganda na internet funciona e tem alto retorno.

Os links patrocinados

O grande “popularizador” da publicidade digital e da mídia internet são os links patrocinados. 

E é simples, pois o mecanismo de associar informação com publicidade é algo extraordinário e muito simples de ser feito.

Logo, o próprio cliente cria o seu anúncio, define as palavras-chave que exibirão o seu comercial. E só paga pelo clique. 

Os links patrocinados são uma forma didática de apresentação dos recursos da propaganda na internet.

A audiência

O crescimento no Brasil da publicidade na internet faz parte de uma conta simples. Somos milhões de brasileiros (15% da população) com acesso à internet comercial, um público formado em sua maioria pelas classes A e B.

E vemos um grande contra-senso a internet atrair menos de 8% de toda a verba publicitária.

A audiência na internet é multicanal, está em vários lugares. 

Se você duvida ainda, pergunte a quem faz campanha na internet...


segunda-feira, 28 de março de 2016


Quem é o líder e a nossa Eleição Presidencial

Os efeitos provocados pelos meios de comunicação de massa
“dependem das forças sociais que predominam num determinado período”
(LAZARSFELD, 1940, p.330).

Em um trabalho durante a Segunda Guerra Mundial sobre a questão dos efeitos que obtinha a propaganda aliada dirigida às tropas alemãs a quem pretendia convencer a depor as armas, Shils e Janowitz (1948) salientavam que a eficácia dos Mass Media (da mídia de massa) só é suscetível de ser analisada no contexto social em que atua. E isto é o que estamos observando no movimento de governistas e oposicionistas no Brasil na proposta de Impeachment.

A influência da Mídia depende das características do sistema social. E isto ficou claro nas últimas eleições para a presidência do Brasil. Vemos, notadamente, o quê está presente na mente dos agentes públicos e classe letrada brasileira em suas passeatas pelo Brasil

Uma Teoria dos Efeitos Limitados salienta uma relação causal direta entre propaganda de massas e manipulação da audiência para passar a insistir num processo indireto de influência em que as dinâmicas sociais se intersectam com os processos comunicativos, explicado por Mauro Wolf (1999) e isto é que é a estratégia vista nos telejornais, jornais, portais, entre outros.

Um artigo que recomenda é a obra de Lazarfeld, The People's Choice. How the Voter Makes up his Mind in a Presidential Campaign – sobre como as pessoas fazem suas escolhas em eleições para presidência nos Estados Unidos para ajudar a entender o momento político à luz da Propaganda. 

Em seu trabalho, Lazarsfeld investigou as escolhas dos eleitores do papel da posição socioeconômica, da religião, do grupo etário e de outros fatores sociológicos na predisposição das orientações de voto, como também a correlação entre o grau de interesse, de motivação e de participação na campanha eleitoral. 

Hoje, no cenário brasileiro Brasil o estudo é uma reflexão sobre a quem deve-se dar crédito no jogo político brasileiro, já que somos 203 milhões de brasileiros. 

Em suma, os resultados do trabalho de Lazarsfeld, no século passado, promoveram a "descoberta” dos líderes de opinião e o fluxo de comunicação. Hoje, sabemos muito sobre como a informação circula mas...

Quem são os atuais lideres no Brasil? 


Adaptado por Sérgio Duarte do livro
 Teorias da Comunicação de Mauro Wolf

quinta-feira, 10 de março de 2016

Publicidade ou Propaganda? Tronco ou Jacaré?

Publicidade ou Propaganda? Tronco ou Jacaré?




Depois de 30 anos trabalhando em emissoras de rádio, TV e em algumas agências de propaganda, decidi ingressar na carreira acadêmica. Não parece que já é passado 13 anos em sala de aula e, de uns 3 anos para cá... venho perguntando aos futuros formandos, alunos geralmente no sétimo período em Comunicação Social, qual a diferença entre propaganda e publicidade.

O branco é geral. E o pior é que estão se formando...

O cenário em sala de aula tem conexão com a animação do tronco ou jacaré, onde dois touros tem que decidir na beira do rio, se devem pisar em um tronco  que se parece com um jacaré, estático, na beira do rio. E se um deles ao pisar e for realmente, um tronco poderá ficar acima da água, mas se for um jacaré: é engolido pela sua falta de percepção e conhecimento.

Veja o vídeo de um minuto e volte para a leitura do texto
https://www.youtube.com/watch?v=6QlQ7CRGTe4

Publicidade ou propaganda?

Voltando à interação em sala de aula, tenho sempre a mesma surpresa acerca daqueles que irão se formar no curso de propaganda e publicidade. Um em cada dez sabe dizer as diferenças... 

O pior é o dilema do tronco ou jacaré. Muitos pisam e se afundam...

E para piorar, os estudantes, só se lembram da aula teórica que diz que propaganda foi a propagação da fé católica pelo Papa Clemente VII, em 1597, quando do início do ideário da propaganda religiosa, e para piorar citam a publicidade como uma simples derivação da palavra em latim “publicus”. E nada mais. 

Isto é muito pouco para quem precisa tomar decisões sobre as ferramentas de comunicação a serem utilizadas em campanhas de comunicação.

Para que o leitor não fique na beira do rio, e pergunte se é tronco ou jacaré, segue uma dica sobre o assunto: se é anúncio é propaganda, e se é notícia é publicidade. Simples! 

Continuando. 

A publicidade é uma informação de um cliente, disseminada editorialmente através de jornal, revista, rádio, TV, cinema ou outros meios de comunicação com a finalidade de divulgar informações sobre pessoas, empresas, produtos, entidades, ideais, eventos etc., sem que para isso o anunciante pague pelo espaço.

A propaganda é quando um anunciante paga por um anúncio, por exemplo, um spot de 30 segundos no rádio, ou pela exibição de um vídeo no intervalo comercial da novela, ou por um anúncio de rodapé em um jornal ou site na web. Pagou não é publicidade é propaganda (e dá para ser medida pelo número de leitores, telespectadores, page views, ouvintes,...)

Entendo que há uma linha tênue nos conceitos de propaganda e publicidade, pois quando falamos das características da propaganda que são informar e persuadir, e da publicidade que é informar, temos o verbo: informar, e isto confunde a cabeça de alguns.

Vamos tirar mais esta dúvida na prática.

Em um caso de propaganda de um novo produto, como por exemplo, um produto inovador. No seu lançamento tem que informar ao consumidor sobre suas características, funcionalidades, e tudo que seja de novo. Por isso a propaganda é informativa. Mas, quando ela é persuasiva?

Simples. Depois de levada a informação de um produto através de um anúncio, a propaganda se torna persuasiva devido ao surgimento dos concorrentes. Quer um exemplo?

Gosto muito de apresentar aos estudantes o caso das sandálias Havaianas, já que muitos gostam de usar o produto de origem japonesa.

As havaianas tiveram seu lançamento no mercado de varejo no início dos anos 1960. Após o conhecimento do produto (através da informação) surgiu nos anos 1970 um forte concorrente.

As alpargatas (dona da marca) através de propaganda na TV a empresa tiveram que persuadir os compradores devido ao surgimento das sandálias as Baianas. Acredite. 
Repita: As Havaianas. As Baianas. Dá ou não dá para confundir na hora da compra... (imagine a situação de uma pessoa na sapataria pedindo: - “Me dá uma baiana, mesmo. Aliás, aqui é Brasil”. É tudo igual... baiana... havaiana).

Bem, na campanha das sandálias Havaianas, na época ficou claro que era necessário  persuadir os telespectadores com os dizeres: Havaianas não soltavam as tiras (...) e não deixavam cheiro. O que acontecia com as sandálias As Baianas.

Tronco ou jacaré? Propaganda ou publicidade? Havaianas ou baianas?

É tudo igual?

Aproveite e assiste a campanha com Chico Anysio como protagonista> https://www.youtube.com/watch?v=BqQ2RPKljEc



domingo, 24 de janeiro de 2016

Os 10 passos que você deve tomar para fazer uma pesquisa e chegar em primeiro lugar

Os 10 passos que você deve tomar para fazer uma pesquisa e chegar em primeiro lugar

Quando tive que montar a estratégia de programação da Rádio 99 FM(em Belém do Pará), em 1993, eu havia pedido demissão de uma emissora líder de mercado, a qual eu dirigia e ditava moda no mercado de radiodifusão naquela época. 

A decisão pessoal foi bastante difícil, pois havia muitas variáveis em jogo. Mas tomada a decisão de partir para um novo desafio profissional tinha sido tomada, eu fiz uma aposta.

Em março de 1993, o meu desafio era buscar informações para a nova emissora da Rede Brasil Amazônia, que deixava de se chamar Antena 1, Belém para se transformar em 99 FM.

Como diretor de programação da emissora, as únicas informações que eu tinha eram as da primeira colocada a rádio Liberal FM, que eu deixava e passava a ser concorrente. 

Mas, como é que foram tomadas as decisões na emissora para enfrentar a líder de mercado?

Simples: fomos à busca de informações no mercado.

E você e o dono de quaisquer negócios precisam de informações, pois o fundamental é saber levar ao mercado produtos ou serviços, no meu caso uma emissora de rádio, que promovam valor na mente dos futuros clientes, no caso ouvintes de rádio e empresas anunciantes. Informação nunca é demais. Anote isto.
]
Mas, o que é valor neste contexto?

Bem, a percepção de valor é uma questão subjetiva que varia de pessoa para pessoa.

Ela pode variar com o tempo... Você se lembra de alguma coisa que, antes você não dava valor e de repente, com o passar do tempo começou a mostrar interesse? Mas, por que isto acontece?

Simples, como valor é uma relação direta entre os benefícios e os custos (não necessariamente em dinheiro...) de um produto ou serviço, nós fazemos uma simples conta na cabeça: benefício maior que o custo: vale à pena. Caso contrário, nosso cérebro nos leva a esquecer do produto. É sintomático. E como reverter situações que seu produto está nesta situação?

Através de uma pesquisa, onde dados (informações primárias) são coletados e com uma boa análise, qualquer profissional de marketing consegue entender o que está acontecendo com seu negócio. 

Em suma, é preciso sempre fazer pesquisas de mercado e de marketing. Entretanto há diferenças.

A pesquisa de mercado é feita com o propósito de observar uma ampla gama de atividades dentro de um determinado mercado sobre tendências.

Já a pesquisa de marketing é um processo sistematizado com base em um problema de marketing.

Pense, por exemplo no produto seu produto. Se há um problema com o seu desenho? E faça uma pergunta sobre isto? Se você não tiver a resposta, parta para uma pesquisa de marketing. Agora, pense o porque das pessoas comprarem este produto. Sem respostas?!?

Busque uma pesquisa de mercado, note em tese se há compradores, por exemplo, o que é chamado de demanda pelos economistas. Somente pesquisamos quando temos um problema. Anote isto.Tenha isto, sempre em mente.

Pesquisamos ? Porquê? 

Pesquisamos em busca de informações. E a elas promovemos uma noção de valor. E você já sabe o que é valor. Mas e o valor da informação?

O valor da informação

A informação pode ser útil, mas o que determina o seu valor real no seu negócio?

Primeiro, temos que observar o tempo, ou seja, o momento que vamos em busca da informação. Em alguns casos, a informação pode estar perecível, ou seja, você tem que observar o momento da busca. Por exemplo, não adianta pesquisar depois das eleições se o candidato venceria o pleito. Logo, informação tem tempo certo e pode variar. 
Voltando ao caso da rádio 99 FM, perguntamos: - qual seria o tipo de música preferida das pessoas em 1993 e se o entrevistado  já tinha ouvido o ritmo pagode (naquela época, o grupo Só Pra Contraria, não saia da TV, entre outros, e não tocam no rádio paraense...)..

Segundo, coloque sempre em xeque a precisão das informações, em muitas reuniões, eu sempre pergunto qual foi a fonte. Ou seja, quem foi o responente? Pergunte isto. Não custa nada. Tenha certeza, se é o seu público-alvo que respondeu as perguntas!

Terceiro, sempre há riscos em qualquer negócio, logo, analise o custo da informação. Geralmente, quanto custa (monetariamente falando...) o valor pago para buscar a informação com o desenho da pesquisa, o pessoal de campo, a equipe interna, o tempo gasto com a análise. 

Às vezes, não compensa buscar a informação, pois em alguns casos o custo é maior que o benefício. Reflita. Já que há dois fatores: o tempo e o dinheiro.

O que é você precisa fazer uma pesquisa de marketing?

Siga estes passos para desenvolver seu projeto de pesquisa de marketing:

  1. Defina o problema ( em 1993, eu precisava encontrar um público-alvo que me aumentasse a participação de mercado.
  2. Determine o desenho da pesquisa (fizemos uma pesquisa em um evento de música, que fora frequentado por mais de 50 mil pessoas na capital paraense, onde desenhamos 3.000 questionários com 4 perguntas somente a serem respondidas ao nosso pessoal, com o direito de participar do sorteio de discos e camisetas).
  3. Determine se sua pesquisa usará dados existentes (dados secundários) ou dados primários (já que a  informação que você precisa não se encontra disponível para responder ao problema). Alguns dados secundários como o tipo de música, informação, por exemplo, nós já tínhamos, em 1993, mas procuramos através de dados primários respostas para aquele cenário (o momento da pesquisa, já que estávamos mudando o nome da emissora). - Por exemplo, lançamos o slogan: O nome da Rádio é 99 FM, e só se fala nisso. Em uma campanha de outdoor e TV.
  4. Identifique os tipos de dados que você precisa saber e as fontes (quem vai lhe ajudar com as respostas, ou seja, os sujeitos da pesquisa, também chamados de respondentes).
    - As resposta do item 4, ilustram que fomos no local onde estariam os possíveis ouvintes da 99 FM.
  5. Defina o período da pesquisa (quando ela deverá acontecer) e como serão os questionários.
  6. Defina o tamanho da pesquisa (ou seja, seja objetivo no número de perguntas, já que as pessoas, geralmente, não gostam de parar para responder perguntas no corre-corre do dia a dia).
  7. Colete os dados, faça uma análise com calma e interprete de forma simples (sem juízo de valor subjetivo, pois os números não mentem, caso seja uma pesquisa quantitativa)
  8. Faça um relatório simples, com pouco texto e boa apresentação visual (as pessoas são atraídas pelo visual no ato da leitura. Anote aí)
  9. Finalize com a seguinte proposição: - A pesquisa respondeu ao problema?
  10. E tome a decisão !
Nós decidimos por uma nova programação de rádio para a 99 FM, abandonando os ouvintes da rádio Antena 1 de Belém, e chegamos em primeiro lugar em 4 meses> http://www.radio99.com.br/radio.php<

Quer saber mais sobre pesquisa de marketing?

Assista o vídeo da British Columbia sobre o pesquisa de marketing>https://youtu.be/ZS80YFiUsHA