quinta-feira, 19 de junho de 2014

OS OUVINTES



OS OUVINTES

“Você ouvinte, é a nossa meta, pensando em você é que procuramos fazer o melhor.”
Waldir Amaral

O primeiro mote que ouvi em uma emissora de rádio foi a clássica frase irradiada pelo saudoso Waldir Amaral: “ - Você ouvinte é a nossa meta ...”. 

Eu, bem pequeno, aos 8 anos de idade nem me imaginava trabalhando em uma rádio, mas adorava ouvir as transmissões esportivas da Rádio Globo do Rio de Janeiro (em AM 1280), cujos comunicadores esportivos com maestria projetavam as imagens de uma partida de futebol na memória coletiva. 

Era emoção pura. As frases de efeito mexiam com a gente.

Meu pai, desde os meus 6 anos de idade, me levava a todos os jogos de futebol nos domingos, independente de qual equipe estivesse jogando no Maracanã e conosco o rádio de pilha ia à tira colo. 

Futebol aos domingos era sagrado. E nas transmissões esportivas víamos o jogo com o ouvido na latinha (apelido dado aos pequenos aparelhos de rádio).

Assim, era comum ouvir as geniais frases criadas pelos locutores esportivos, com o olho no campo de futebol e ouvido no rádio de pilha, ao mesmo tempo. 

Era como se fossemos contemplar a emoção e a criatividade de quem narrava uma partida de futebol e conferir se era aquilo que se via pelo rádio. 

Os jogos de futebol pelo rádio eram muito divertidos e prazerosos. Pouco tempo depois outro mote veio a surgir: “Veja o jogo ouvindo a Rádio Globo”.

O ouvinte era a meta das emissoras de rádio, o importante era comunicar-se sem ruídos, de forma objetiva e com muita emoção nas tardes de domingo. 

E em se tratando de emoção, me lembro de que no dia do milésimo gol de Pelé, 19 de novembro de 1969, não pude ir ao estádio para assistir Vasco e Santos, pois caiu numa quarta-feira, e jogo de futebol no meio da semana era uma aposta daquela época, pois acabava tarde, e papai trabalhava, bem cedo, na manhã seguinte, o que inviabilizava mais um dia de emoção no Maracanã.

Não fomos ao jogo, mas, às 23 h 11 min com o mesmo radinho de pilha, que levávamos ao “Maraca”, ouvi a narração do milésimo gol de Pelé em uma transmissão emocionante de Waldir Amaral. E consequentemente, me senti no estádio, vendo, modestamente, o milésimo gol do rei do futebol em tempo real! Coisas da mágica do Rádio. 

Quem disse que tempo real é coisa de World Wide Web?

Outro fato semelhante? Sim. Ocorreu com menos emoção, muito tempo depois pela TV, muitos anos depois, quando Romário fez seu milésimo gol, em 20 de maio de 2007. Mas, sem a maestria do Waldir Amaral na locução. Que me desculpem os colegas da narração... 

Waldir era “one in a million”, como dizem os norte-americanos, na arte de narrar os gols de quaisquer times. Sempre criava frases como: “tem peixe na rede do time A ou B” – um dos motes que marcou as narrativas esportivas dos anos 1970. A meta era, e é, falar a língua do povo, já que o objetivo de uma emissora de rádio é sempre o seu ouvinte, mesmo que no imaginário.

Com o passar dos anos em minha adolescência, eu percebia que as emissoras de rádio buscavam entender que eram seus amantes, e com isso aumentava-me cada vez mais meu interesse em descobrir de onde vinha esta magia, desta relação íntima entre uma rádio e o seu ouvinte, descrito depois em sala de aula como o receptor das mensagens pelos teóricos da comunicação social (mais tarde quando fui estudar propaganda e publicidade na faculdade) e simultaneamente ingressar no Sistema Globo de Rádio (como estagiário aos 19 anos).

Lá, dez anos depois da narração do milésimo gol, tive a oportunidade, ou melhor: a benção de estar ao lado das grandes estrelas do rádio como Waldir Amaral, Jorge Curi, João Saldanha; Mário Viana; Edmo Zarif, Antônio Porto, Gilson Ricardo, Loureiro Neto; e outras feras como José Carlos Araújo, Washington Rodrigues, Luiz Penido... Grandes mestres que eu encontrava nos corredores da sede do SGR, que abrigava cinco emissoras (Globo, Eldorado e Mundial em AM e Eldo-pop e Globo em FM). Era interessante, vislumbrar as vozes do meu rádio de pilha aos domingos todos os dias na rotina de trabalho.

Tive o privilégio de beber de uma fonte inspiradora em atender uma audiência que se formava por um número enorme de ouvintes que se juntavam as programações esportivas, musicais e jornalísticas das emissoras do S.G.R. As emissoras tinham como meta os interessados em música, esporte e notícia.

Por ironia do destino, decidi trabalhar em uma emissora musical, em 1980,  já que como todo jovem, gostava muito de shows, eventos e música do estilo hit-parade americano. E Não procurei ingressar na área de esportes, mesmo convivendo com toda essa turma, que era muito bacana. O clima era sempre de festa entre eles. Não era a minha vocação. Mas, o legado era simples através da resposta do enigma: Quem é o ouvinte?

Hoje, muitos radialistas perdem o foco na simples resposta a esta indagação. Escuto emissoras há mais de 30 anos, e observo que alguns diretores de programação de rádio precisam refletir antes de responder a esta provocação. Fica aí o recado. Mas a lógica é simples, quando se prioritariamente observamos o silo que é uma emissora de rádio através de uma grade de programação. Leia o conceito simples de Warren (2005).

 "As programações das emissoras são desenhadas para as pessoas, e sem elas é impossível ter sucesso, receita, empregos, pesquisas", ou seja: nada se consegue sem focar nas pessoas, ou seja, os ouvintes e seu comportamento, segundo Warren (2005) em seu livro Radio – The Book, pela editora Elsevier de Londres.

Os ouvintes de rádio são a fonte. 

E independentemente, de uma rádio estar em frequencia modulada (FM) ou amplitude modulada (AM) ou streaming (pela internet). O segredo sempre será descobrir quem é o ouvinte.

Se você é radialista ou pretende ingressar nesta carreira, entenda a mensagem  clara e objetiva do Waldir Amaral:  “Você ouvinte, é a nossa meta, pensando em você é que procuramos fazer o melhor”.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

A audiência do podcasting não para de crescer.

A audiência do podcasting não para de crescer.

Podcasting é um serviço de distribuição automática de áudio, onde sempre que houver uma atualização, o arquivo de áudio será copiado automaticamente para o computador das pessoas.

Logo, com o serviço de podcasting, as pessoas podem ouvir programas de rádio preferidos, por exemplo, a qualquer hora, sem a necessidade de estarem sintonizadas no horário (exato) de uma programação por exemplo, e assim se manterem atualizadas, já que a vantagem da distribuição dos programas é feita através de uma simples assinatura, e sem ter que pagar por ela.

Diferentemente, do sistema Pay per View da TV a cabo, o podcasting pode ser ouvido de graça em qualquer computador, tablet e telefone.

Em 2013, foram 37,6 milhões de pessoas que fizeram download de podcasts mensais, mais do que o dobro (do número de 17,4 milhões) em 2008 nos Estados Unidos.

E como o percentual de usuários da Internet tem subido ao longo dos anos, a escala de assinaturas de podcasting cresceu nos últimos 5 anos de 8% para 17% na América. E no Brasil é uma tendência de uso a ser explorada devido a sua praticidade.

A Rádio Tupi para se comunicar diretamente com seus ouvintes chama o podcasting de Tupi Mais (http://www2.tupi.am/mais), para não se utilizar do estrangeirismo da palavra em uma comunicação inteligente e direta com sua audiência. Na página da emissora há podcasting inclusive de Futebol.



Uma outra vantagem de uma assinatura de podcasting é arquivar audições preferidas pelas pessoas, preservando-se a História.

As vantagens do Podcasting são expressivas...

Por exemplo, os podcasts assim como os melhores blogs, são a oportunidade de direcionar a comunicação de qualquer pessoa ou negócio para nichos de mercado, onde se podem produzir temas específicos para clientes na propaganda , como também na  educação.

Imagine, que aulas podem ser gravadas e ouvidas por MP3 em carros e Smartphones. 

Pense, na escala de aulas da língua portuguesa para estudantes de concurso público... Pense na atualização das notícias de Economia... Esportes... Atualidades... Lazer...