terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Vale á pena ler de novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda VI

Vale á pena ler de novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda VI

Capítulo V por Sérgio Duarte


Guerra das cervejas turbina propaganda desde os anos 90


Brahma e Antarctica foram, até o fim dos anos 80, sinônimos de cerveja, mesmo com o lançamento da Kaiser, em abril de 1982, e a criação pela DPZ do "Baixinho da Kaiser", Brahma e Antarctica se alternavam, por poucos pontos, na liderança do mercado.

A concorrência não era muito acirrada.

No ranking de 1989 da publicação Agências & Anunciantes, de Meio & Mensagem, a Brahma aparecia na 51ª posição entre os maiores investidores em mídia no País. Antarctica ocupava a 97ª colocação e Kaiser, a 99ª.

No início dos anos 90, com a criação pela Fischer América do slogan "A número 1", para a Brahma, o mercado começou a assistir à chamada "Guerra das cervejas".

A Brahma alcançou a liderança e a manteve ao longo de quase oito anos, quando perdeu espaço para o "Desce redondo", da Skol, atendida pela F/Nazca.

A produção dos comerciais passou a explorar mais a figura da mulher e recrutar celebridades, como João Gilberto, para a Brahma.

A Antarctica, na Copa do Mundo de 1994, contratou Ray Charles e Daniela Mercury para interpretarem o jingle da marca e em 1997 lançou a cerveja Bavaria, que utilizou cantores sertanejos na comunicação criada pela DM9.

A batalha mercadológica ajudou a turbinar a propaganda e o setor passou a investir em grandes eventos, como os ligados ao carnaval e ao futebol.
O consumo nacional da bebida subiu de 5,28 bilhões de litros em 1989 para 9,02 bilhões em 2005.

Novas marcas, como Nova Schin, Cintra e Sol, passaram a disputar mercado com a gigante Ambev, resultado da fusão em 1999 entre Brahma e Antarctica.


Mamíferos da Parmalat viram case de promoção


Em 1996, a Parmalat decidiu apostar na ternura infantil para incrementar as vendas de leite por meio da campanha "Mamíferos".

Criadas pela DM9, as peças eram ilustradas por crianças de idade entre três e cinco anos que dançavam fantasiadas de animais, como focas, leões e elefantes, ao som de um jingle marcante.

Entre 1997 e 1999, a ação atingiu seu ápice com a promoção "Mamíferos Parmalat" que presenteava os consumidores com bichinhos de pelúcia.

A experiência foi tão bem-sucedida que a produção inicial de 300 mil brinquedos subiu para 15 milhões, tornando-se a maior troca de brindes já realizada no Brasil.

Entre 1992 e 2000, a marca ganhou mais visibilidade patrocinando o futebol da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Depois disso, a multinacional passou por um turbulento período, iniciado em 2003, com um golpe financeiro milionário na matriz italiana, com o endividamento da Parmalat estimado em U.S.$ 14 bilhões.

No Brasil, a empresa passou por recuperação judicial que terminou em maio de 2006, quando os credores da companhia aprovaram o plano e a dívida, que foi reduzida de R$ 970 milhões para R$ 270 milhões.

Com a aprovação, o fundo Latin American Equity Partners (LAEP) fez um aporte de capital de R$ 20 milhões e assumiu o controle, com 98,5% das ações, onde na mesma operação, a Perdigão adquiriu a participação de 51% que a Parmalat tinha na Batávia.

Mesmo assim, a campanha "Mamíferos" ficou no subconsciente do consumidor e, em 2007, retornou à mídia, em campanha assinada pela África, para mostrar que seus mamíferos cresceram.


A nova produção resgatou os mesmo atores da primeira versão - já na faixa dos 15 anos - tentando vestir, sem sucesso, os antigos figurinos.

domingo, 15 de novembro de 2015

Vale á pena ler de novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda VII

Vale á pena ler de novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda.

Capítulo VII por Sérgio Duarte

W/Brasil inaugura era de criativos no comando de agências


Washington Olivetto não se tornou a principal referência da propaganda brasileira em todo o mundo apenas pelo reconhecimento de sua qualidade criativa, chancelada por dezenas de Leões em Cannes, inclusive o primeiro de ouro que o País conquistou em 1974.

Após 13 anos de memorável história na DPZ, tendo ingressado após Roberto Duailibi aprovar sua pasta, em 1973, Olivetto tomou uma decisão - de ter seu próprio negócio - que criaria um novo parâmetro para o mercado.

Após meses de análise da proposta de Paul Gredinger (presidente da suíça GGK e maior acionista individual de agências no mundo na ocasião) para se tornar sócio dele no Brasil, Washington aceitou, depois do aval de seu sócio, Javier Lussá.

Os termos da proposta eram irrecusáveis. Washington ganharia um pró-labore equivalente ao que ganhava na DPZ e seria ainda dono de 50% da agência.

O anúncio de sua saída lhe rendeu o fim da amizade com os sócios da DPZ, mas sua decisão marcou o início de uma era em que grandes criativos passaram a comandar as agências.

Foi um grande negócio para a GGK, mas, três anos e 168 prêmios internacionais depois, os sócios Washington Olivetto, Gabriel Zellmeister e Javier Lussá chegaram ao consenso que não precisavam mais da GGK, em especial por esta há muito tempo não aportar contas novas e nenhuma das originais estar mais na agência.

A proposta aos suíços, feita logo após o Festival de Cannes de 1989, era pagar metade dos lucros futuros de dois anos e encerrar a sociedade sem atritos. Gredinger aceitou. E assim nasceu a W/Brasil, a primeira agência brasileira liderada por um astro da criação nacional.

Nascimento do Garoto Bombril em 1978 pela DPZ


O ano de 1978 representou uma nova fase na comunicação da Bombril e um marco na publicidade brasileira. Foi o ano que os criativos Francesc Petit e Washington Olivetto, então na DPZ, introduziram na propaganda uma figura que incorporou as mudanças comportamentais da época: o Garoto Bombril, representado pelo ator Carlos Moreno.

Naquele período, em plena fase de ditadura militar, a sociedade assistiu a uma mudança de valores na sociedade.

As mulheres começavam a valorizar mais os homens desprotegidos e tímidos, em detrimento do estereótipo machão e atlético. O personagem ganhou de imediato a simpatia das donas de casa, e o Garoto Bombril deu maior ênfase à figura do garoto-propaganda.

Desde então, surgiram outros com sucesso, como o Fernandinho (US Top, da Alpargatas), o Baixinho, da Kaiser, e Sebastian, da C&A, entre outros. Em 1986, Olivetto abriu sua própria agência, a W/GGK, atual W/Brasil, e a Bombril acompanhou a mudança.


Em 1994 a campanha foi para o Guinness Book, Livro dos Recordes, como a série de publicidade mais longa do mundo. Em 2004, a W/GGK anunciou o fim do personagem. Dois anos depois, Carlos Moreno voltou a protagonizar e em mais de 30 anos de história, comemorados com o livro Eterno 1001 Anúncios da Bombril, o personagem contabilizou mais de 350 comerciais gravados, imitando mais de 50 figuras públicas em vários momentos da história.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Cinco tendências de varejo baseada em dados


O varejo contemporâneo, seja ele o das lojas físicas, seja ele o e-commerce, evoluiu na última década para se tornar um intricado e integrado conjunto que envolve hoje não mais apenas as tradicionais (e ainda altamente eficazes) promoções na mídia e ações no ponto de venda, mas também e cada vez mais incorporar a contribuição de informações e dados estruturados em bancos digitalmente acessáveis.

Esse passo nos colocou num caminho sem volta em que a tecnologia saltou do controle do termostato da gôndola de congelados para a gestão digital dos negócios de forma ampla e abrangente. 

Do controle de estoques a comunicação com o consumidor.

Há algumas tendências que podemos identificar como características deste momento que vivemos. 

Como as transformações são rápidas, pode ser que algumas delas sejam ultrapassadas por outras ou incorporadas entre si, tornando-se uma coisa só.

Mas entres as mais destacadas, há 5 que parecem estar na lista comum dos analistas do varejo baseado em dados.

Funel
o conceito de funil não é novo. 

Há muito tempo o varejo conhece o fato de que, antes do consumidor chegar a uma loja (antes mesmo da internet), ele de alguma forma passava por um processo precedente, que afunila suas escolhas. 

Seja o comentário de um familiar ou vizinho, seja a comunicação de massa ou de mala-direta. 

Hoje esse funil, embora ainda mantenha algumas das mesmas etapas do passado, incorporou um amplo conjunto de novos canais e caminhos de captação e estímulo do potencial consumidor ao longo de seu percurso até a loja física ou a loja virtual, com seus respectivos sistemas de e-commerce.

O funil hoje é também fortemente digital e pode começar (prioritariamente, de fato, começa) nos mecanismos de busca como o Google ou os comparadores de preço e vai se estreitando até a conversão final. 

Estar presente nessa boca do funil é vital. 

Se sua marca, sua empresa, seus serviços não estiverem lá, fica reduzida sua probabilidade de figurar com destaque nas preferências dos consumidores. 

A captação desse momento da boca do funil pode incorporar a presença em redes sociais ou até em portais de conteúdos e serviços. 

O importante é capturar os primeiros dados e perfis do seu potencial consumidor já nesse primeiro estágio de relacionamento com ele. São esses dados que serão trabalhados da boca do funil até as fases subsequentes.


Atribution 
Os modelos de atribuição são bancos de dados cruzados, que se sobrepõem e conversam entre si, acompanhando toda a jornada do consumidor da boca do funil até o click final de compra. 

Cada banco de dados contribui com sua parcela de informações adicionais e complementares a anterior. 

É uma cadeia. Essa cadeia recebe a contribuição de algoritmos de integração de dados e de oferta de promoções e produtos. Cruzados com o perfil do consumidor em cada estágio do seu percurso de compra. Um atribui ao outro a informação precedente e induz ao momento subsequente.


Omnichannel 
Todo esse percurso não se dá numa linha lógica, nem numa sequência linear. Muito ao contrário, ele é multifacetado e extremamente pulverizado. 

O consumidor é errático. Cada qual tem sua própria jornada. Através do acompanhamento permanente da base de dados de cada consumidor é possível atingir a excelência da previsibilidade, em que é possível “adivinhar” com alguma precisão o comportamento do internauta até a conversão final.

Mas esse é um estágio avançado e ele só será atingido com um acompanhamento apurado de cada canal de contato. Estamos falando desde um blog a um banner; de um comercial na TV a uma conversa de comunidade numa rede social; de um vídeo no You Tube a um aplicativo; de um anúncio classificado de jornal a um post patrocinado. 

Acrescentando aí, obviamente, o comportamento dentro do próprio ambiente de compras. São canais, canais e canais, que cada vez mais estão integrados no conceito de omnichannel, o que nos remete a ideia de onipresença. 

Aliás, é exatamente essa a meta: estar onipresente em todos os possíveis pontos de contato, integrando-os. Captando dados e utilizando-os de forma precisa e cada vez mais personalizada.

On/Off 
Como vimos até aqui, a jornada do consumidor é hoje possível de ser acompanhada, mensurada e muitos dados podem ser extraídos desse processo, gerando valiosos insights para a conversão. 

Só que os dois mundos em que todo esse percurso ocorre, o físico e o digital, estão colidindo. 

No bom sentido. Estão se transformando quase que praticamente numa coisa só, de tão crescentemente integrada. 

Os dados captados online alimentam a base de dados offline e vice-versa. Essa tendência se sofisticou e se sofisticará cada vez mais através da revolução da mobilidade. São os aparelhos móveis o principal driver dessa transformação e dessa integração. 

Porque o consumidor cada vez mais consulta preços e características de produtos em seus aparelhos celulares e tablets, fazendo sua compra imediatamente online ou dirigindo-se a uma loja física.


Shop Digitalization 
Por fim, já no ponto de venda físico, uma camada cada vez mais digital está sendo colocada agora a serviço dos varejistas. 

Estamos falando dos recursos de geolocalização, que permitem que o consumidor seja abordado por tecnologias como Near Field Communication (NFC), QR Codes e iBeacons, todas integrando o mundo on com o mundo off. 

A digitalização da loja se dá ainda através de digital signage, cada vez mais integrados ao mundo digital.

As tendências do varejo otimizado por dados são hoje o grande marco da nova fase de sua evolução. Estar atento e adotar as tecnologias a disposição dessa digitalização é a palavra de ordem para qualquer operação do comércio contemporâneo. 

Fonte http://www.proxxima.com.br/home/criacao/2015/10/29/5-tend-ncias-de-varejo-baseada-em-dados.html?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=newsletter-Proxxima-diaria&utm_content=noticias_diarias

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O Que é Decisão

O Que é Decisão


No mundo corporativo, há algo vagamente conhecido como “processo decisório”, que são aqueles insondáveis critérios adotados pela alta direção da empresa para chegar a decisões que o funcionário não consegue entender.

Tudo começa com a própria origem da palavra “decisão”, que se formou a partir do verbo latino caedere (cortar).  Dependendo do prefixo que se utiliza, a palavra assume um significado diferente: “incisão” é cortar para dentro, “rescisão” é cortar de novo, “concisão” é o que já foi cortado, e assim por diante. E dis caedere, de onde veio “decisão”, significa “cortar fora”.

Decidir é, portanto, extirpar de uma situação tudo o que está atrapalhando e ficar só com o que interessa. E, por falar em cortar, todo mundo já deve ter ouvido a célebre história do não menos célebre rei Salomão, mas permitam-me recontá-la, transportando os acontecimentos para uma empresa moderna.

Então, está um dia o rei Salomão em seu palácio, quando duas mulheres são introduzidas na sala do trono. Aos berros e puxões de cabelo, as duas disputam a maternidade de uma criança recém-nascida. Ambas possuem argumentos sólidos: testemunhos da gravidez recente, depoimentos das parteiras, certidões de nascimento.

Mas, obviamente, uma das duas está mentindo: havia perdido o seu bebê e, para compensar a dor, surrupiara o filho da outra. Como os testes de DNA só seriam inventados dali a milênios, nenhuma das autoridades imperiais consultadas pelas litigantes havia conseguido dar uma solução satisfatória ao impasse.

Então Salomão, em sua sabedoria, chama um guarda, manda-o cortar a criança ao meio e dar metade para cada uma das reclamantes. Diante da  catástrofe iminente, a verdadeira mãe suplica: “Não! Se for assim, ó meu Senhor, dê a criança inteira e viva à outra!”, enquanto a falsa mãe faz aquela cara de “tudo bem, corta aí”. Pronto. Salomão manda entregar o bebê à mãe em pânico, e a história se encerra com essa salomônica demonstração de conhecimento da natureza humana.
Mas isso aconteceu antigamente.

Se fosse hoje, com certeza as duas mulheres optariam pela primeira alternativa (porque ambas teriam feito um curso de Tomada de Decisões). Aí é que entram os processos decisórios dos salomões corporativos.

Um gerente Salomão perguntaria à mãe putativa A: “Se eu lhe der esse menino, ó mulher, o que dele esperas no futuro?” E ela diria: “Quero que ele cresça com liberdade, que aprenda a  cantar com os pássaros e que possa viver 100 anos de felicidade”. E a mesma pergunta seria feita à mãe putativa B, que de pronto responderia: “Que o menino cresça forte e obediente e que possa um dia, por Vossa glória e pela glória de Vosso reino, morrer no campo de batalha”. Então, sem piscar, o gerente Salomão ordenaria que o bebê fosse entregue à mãe putativa B.

Por quê?

Porque na salomônica lógica das empresas, a decisão dificilmente favorece o funcionário que tem o argumento mais racional, mais sensato, mais justo ou mais humano.

A balança sempre pende para os putativos que trazem mais benefício para o sistema.

GEHRINGER, Max. Revista Você S/A, jan. 2002.


domingo, 30 de agosto de 2015

Geração Alpha: com até cinco anos, ela já está no radar das marcas



Geração Alpha: com até cinco anos, ela já está no radar das marcas

Pequenos entendem o digital como parte do mundo ao redor e
o tem como segunda língua materna, influenciando diretamente
as decisões de compra das famílias

Por Renata Leite | 04/08/2015

Geração Alpha, criança, Heinz, Papinhas...

As gerações são alvo de muitos estudos sobre comportamento de consumo há anos, já que apresentam, ao mesmo tempo, padrões entre seus indivíduos e diferenças importantes em relação às demais. 

Primeiro surgiram os Baby Boomers, nascidos no período pós-Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1940 e 1950, que foram sucedidos pela Geração X (de 1960 a 1979). 

Com os Millennials, representados pela letra Y, chegou a internet - acelerando mudanças e transições de gerações. 

A partir deles, os grupos comportamentais deixaram de ser separados por duas décadas para contar com apenas 15 anos de transição. À Geração Y (1980 - 1994), sucedeu-se então a Geração Z (1995-2009).

O alfabeto terminou, mas as mudanças comportamentais não. 

Pelo contrário, elas só se tornam mais rápidas e marcantes diante da velocidade da Era Digital. 

No mesmo ano do lançamento do iPad, 2010, começaram a nascer os integrantes do que o demógrafo e pesquisador social australiano Marc McCrindle cunhou de Geração Alpha. 

Esse grupo etário não tem mais do que cinco anos, mas chega ao mundo envolto em uma série de expectativas e promessas. 

Parte de seus comportamentos já se apresenta na geração imediatamente anterior, mas tornam-se agora superlativa.

Muito tem a ver com tecnologia, mas não é só ela que impacta as crianças que, em breve, serão maioria na população do globo.

A Geração Z já é a mais formalmente escolarizada de todos os tempos, especialmente nos países desenvolvidos. 

Ela ingressou na escola mais cedo do que seus antecessores e vem optando por estender os estudos por mais tempo. 

Simultaneamente, é sem dúvida aquela que conta com a quantidade mais vasta de informação disponível por meio do simples clique de um botão. 

Embora consideravelmente familiarizados com a internet, a tecnologia ainda é uma segunda língua aprendida, o que prevê a existência de algum “sotaque”, por menor que seja ele. 

Já a Geração Alpha é categorizada como a primeira formada por verdadeiros nativos digitais.


Os verdadeiros nativos digitais

O digital seria como uma segunda língua mãe dos pequenos, uma vez que, como filhos dos Millennials - já muito bem adaptados à essa era -, têm ao seu lado equipamentos eletrônicos como tablets e smartphones literalmente desde o berço. 

A internet das coisas é mais uma inovação que já impacta a forma como eles enxergam e se relacionam com os brinquedos e o mundo, o que só tende a aumentar. “Essa é a primeira geração em que a tecnologia torna-se parte do corpo humano. Esse grupo não usa a tecnologia, ele a vive. 

Nasceram em um mundo baseado no cloud computing, no compartilhamento e na informática, com os quais já convivem desde o berço”, afirma Fernando Deotti, Diretor de Projetos da Ipsos, em entrevista ao Mundo do Marketing.

As aspirações dessa turminha já despertaram a atenção das marcas. Mesmo ainda estando longe de serem os donos do dinheiro, os integrantes da Geração Alpha interferem diretamente na decisão de compra das famílias. 

Alguns setores em especial notaram que, mais do que nunca, chegou o tempo de se renovarem. “Boa parte das companhias, ao menos as mais representativas, já tomaram consciência da necessidade de repensarem sua forma de atuação junto à essa geração, mas ainda não identificaram a melhor forma de fazer isso. 

Ainda estão tateando a maneira viável de se fazerem presentes na cabeça desse consumidor”, diz Deotti.

O trabalho de futurologia realmente não é fácil. 

Recente, uma reportagem da The Economist derrubou mitos sobre os comportamentos da Geração Y no mercado de trabalho, demonstrando que muitas das previsões e especulações iniciais podem acabar não se confirmando no futuro. 

Uma questão certa é que, com o aumento da expectativa e da qualidade de vida da população, três grupos atuarão em conjunto nas empresas - Millennials, Zs e Alphas. 

Cada um deles tende a representar aproximadamente um terço do mercado de trabalho por algum tempo. 

E as companhias terão que ser capazes de gerir as três expectativas e três diálogos simultaneamente.

Assim como o distanciamento etário entre as gerações está diminuindo, a diferença entre elas também reduz. “O gap entre as gerações, a partir de agora, tende a não ficar mais tão grande. 

Eu não conseguia conversar com os meus pais sobre cinema, por exemplo, enquanto hoje um garoto de cinco anos e um pai de 35 tem muito mais oportunidades de diálogo. 

Ao mesmo tempo, em breve, teremos três grupos em idade economicamente ativa e as marcas terão que escolher entre se comunicar com todos eles ou escolher um nicho. 

A decisão passa por escolher um ponto divisor ou aqueles de convergência, que devem ser as redes sociais, a cultura do compartilhamento, a exigência por transparência e o cloud computing”, prevê o Diretor de Projetos da empresa de pesquisa Ipsos.

A computação nas nuvens já está clara como tendência para diversos setores, lançando desafios para muitos, como o de mídia e entretenimento. 

Para parte considerável das crianças, a TV já é vista como um tablet gigante e assistir à programação aberta ou fechada, uma experiência inteiramente ultrapassada: por que acessar canais que lhe oferecem “desenhos surpresa” se pode optar pela autonomia dos canais de streaming?

Prova disso é o sucesso da animação da Galinha Pintadinha, franquia que já conta com quatro DVDs, cada um com entre 12 e 14 clipes disponíveis no YouTube, além de brinquedos, APPs, livros, jogos, materiais escolares, produtos de cama, mesa e banho, peças de vestuário, alimentos e itens de higiene pessoal. 

O personagem foi licenciado por 60 marcas brasileiras e 40 estrangeiras.

Tudo isso foi conquistado sem recorrer à TV nem ao cinema. 

As mídias tradicionais foram subjugadas à internet no case que teve início em 2006 e despontou a partir de 2008, focado justamente nas crianças com até quatro ou cinco anos. 

O formato de vídeos curtos, musicados e disponíveis no YouTube agradou aos pequenos e aos pais. “Pensamos, inicialmente, em ir para a TV, mas acabamos na internet, e a estratégia mostrou-se tão acertada e promissora que, até hoje, não recorremos aos canais abertos ou fechados. 

Já recebemos propostas de alguns deles, mas nenhuma que realmente valesse a pena. Essa não é nossa prioridade atualmente”, garante Miguel Moreira, Gerente da Bromelia Produções, empresa dona da marca Galinha Pintadinha, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Por outro lado, este ano, a animação passou a estar disponível no Netflix dos Estados Unidos, do Canadá e de países da América Latina cujo idioma é o espanhol. 

No Brasil, os vídeos aparecem entre os cinco conteúdos mais assistidos do canal de streaming. 

Apesar dos comportamentos das novas gerações, a venda de DVDs ainda é muito forte por aqui. Resta saber por quanto tempo a mídia sobreviverá. “Apesar da multiplicidade de telas, o DVD ainda tem peso grande. 

Acreditamos que seja por ele ser algo físico que as pessoas podem dar de presente para os pequenos”, avalia Moreira.

A versão perde, entretanto, em interatividade, atributo extremamente valorizado pelos pequenos Alphas e que é tão comum e esperado quanto a eletricidade é encarada pelas demais gerações. 

Nesse contexto, os aplicativos ganham relevância. Somente o da Galinha Pintadinha já conta com mais de 20 milhões de downloads nas mais diversas plataformas, sendo 10% da receita do APP oriundo do mercado internacional. 

Embora seja difícil desenhar um cenário ou ter uma fotografia do momento quando se está em meio a um turbilhão de mudanças, esse parece ser um caminho promissor, especialmente no segmento kids.

Há algumas regras que devem ser respeitadas para que as crianças abracem a solução. A primeira delas é que o aplicativo garanta autonomia aos Alphas. 

Se precisarem recorrer muito aos pais para conseguir navegar e cumprir as tarefas propostas por jogos, o software é rapidamente descartado - mesmo eles tendo no máximo cinco anos. 

Também é preciso fisgar o interesse dos pequenos em até três minutos ou será deixado de lado, provavelmente para sempre. 

Não costuma haver segunda chance. “Os pais já estão acostumados com essa tecnologia, o que muda os questionamentos sobre se é bom para as crianças a usarem para por quanto tempo devem ser entretidas dessa forma”, ressalta Roberto Icizuca, Diretor de Marketing e Operações da 01 Digital, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Internet das coisas

A agência especializada no desenvolvimento de APPs para crianças é responsável pelas soluções criadas para a Galinha Pintadinha e para a Palavra Cantada, projeto da dupla musical infantil formada por Paulo Tatit e Sandra Peres com cantigas de roda, entre outras. “A sedução pelos dispositivos móveis passa pela proximidade que se tem do aparelho. 

Muitas crianças já têm um smartphone, um tablet ou um iPod. 

Seria ingenuidade achar que um equipamento com um monte de bichinho colorido, que conversa, tem música e diverte não as seduziria. 

É natural, esse é um brinquedo muito legal e que já está exigindo adaptações no mercado tradicional de brinquedos”, afirma Icizuca.

A aposta geral é de que essa geração exigirá enfim avanços mais consistentes da internet das coisas. 

Tudo deverá estar conectado, já que ela entende a grande rede como parte natural do que há ao seu redor. 

Não é a toa que as empresas de tecnologia estão correndo contra o tempo para desenvolver equipamentos inteligentes, como os smartwatches e o Google Glass - esse último sem o mesmo sucesso dos relógios.

domingo, 23 de agosto de 2015

Vale à pena ler de novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda

Capítulo VIII  por Sérgio Duarte

 Revista Caras lança novo nicho de mercado

Lançada no Brasil em novembro de 1993, resultado de parceria entre a argentina Editorial Perfil e a Editora Abril, a revista Caras inaugurou um novo nicho de mercado na imprensa brasileira: o de celebridades, que acabou tomando o espaço das antigas revistas de fofocas, que eram mais focadas na cobertura de telenovelas e artistas de televisão.

O formato Caras nasceu na Argentina no início dos anos 90, durante o governo Carlos Menem, e muitos consideram o título um reflexo do momento de euforia consumista que tomou conta do país com a paridade entre o dólar e o peso.

Naquele momento, para os novos ricos, verem e serem vistos nas páginas da revista tornou-se requisito fundamental para o sucesso social.

No Brasil, a proposta era semelhante, mas a resposta do público inicialmente não foi tão entusiasmada. Coincidência ou não, a Caras só passou a ser vista como um fenômeno de mídia quase dois anos depois do seu lançamento, curiosamente no momento em que a estabilização da moeda no Brasil fez emergir uma nova onda de endinheirados em busca dos holofotes da celebridade.

Hoje a Caras é considerada a revista mais lida do Brasil, porque além da sua circulação, de 244 mil mensais (de acordo com o IVC de novembro de 2007), estimasse que cada exemplar é lido, em média, por dez pessoas.

A Veja tem circulação de cerca de 1 milhão por mês, mas cada exemplar tem número médio de leitores bem menor.

Tanto sucesso - inclusive comercial - fez escola, e em 1999 a Editora Três lançou a revista IstoÉ Gente. Em 2000 foi a vez de a Editora Globo ingressar no segmento, com a Quem Acontece, com um estilo bem parecido.

A própria Editora Abril, inspirada em Caras, adotou em março de 2004 o formato-padrão do segmento celebridades em sua revista Contigo.

 

 Varejo inunda a mídia e influencia linguagem publicitária


Durante todo o século 20, as principais agências de publicidade nasceram da união entre talento criativo e clientes que investiam alto em suas marcas.

Entretanto, em 2002 ocorreu uma surpresa: o investimento da Casas Bahia em mídia levou a rede varejista do sétimo lugar no ranking Agências e Anunciantes, em 2001, para o segundo posto, perdendo apenas para a Unilever.

Naquele ano, a verba de mídia da empresa foi estimada em R$ 135 milhões, 61% a mais do que em 2001.

O ranking de 2002 mostrou que o avanço das redes de varejo popular era consistente: além de Casas Bahia, Lojas Marabraz saltou da 21a para a quinta colocação (com compra de mídia de R$ 91,4 milhões), e o Ponto Frio ascendeu 12 posições, ficando entre os 20 maiores.

Tudo isso preparou o mercado para que, em 2003, Casas Bahia e sua agência, NewcommBates, assumissem a dianteira do ranking, posição de que não abriram mão até hoje - embora atualmente a agência se chame Y&R.

A associação entre as duas começou na virada da década e pode ser interpretada como uma decisão estratégica da rede de lojas, que viu nos investimentos em comunicação um caminho para acelerar seu crescimento.

Em 2003, as lojas da família Klein investiram R$ 378 milhões em mídia e, naquela época, o garoto-propaganda da Casas Bahia era o ator com mais tempo de exposição na mídia brasileira.


Em 2006, os investimentos chegaram a R$ 807 milhões, e a segunda colocada, a Unilever, investiu R$ 426 milhões, "encurtando" a distância até o primeiro lugar. Para acompanhar o fluxo do dinheiro, diversas agências abriram departamentos - ou mesmo filiais - especializados em campanhas para os varejistas. Mais ágeis e rentáveis e bem menos preocupadas em produzir grandes sacadas criativas, essas unidades se tornaram verdadeiras minas de ouro. Muitos publicitários, entretanto, continuavam a ver o trabalho direcionado ao varejo como uma forma "menor" de publicidade.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

5 coisas que você faz no seu marketing digital que não são suficientes

5 coisas que você faz no seu marketing digital que não são suficientes

Será que as ações que sua empresa está fazendo está se traduzindo em vendas?
Conheça os erros e 5 propostas que você não faz e que são muito importantes

Por Arnaldo Rabelo

As empresas hoje, mais do que nunca, precisam gerar resultados. Precisam conquistar clientes e gerar vendas. Além disso, precisam de estratégias de baixo custo. E, se possível, ter certeza do retorno obtido com cada real investido.

Uma das áreas que as empresas já perceberam que não podem ficar de fora é o marketing digital. Ele permite gerar visibilidade a um público segmentado a um custo bastante competitivo. Mas será que esse esforço está se traduzindo em vendas?

Como você reconhece a importância de uma boa presença online, já tomou algumas providências para marcar seu território na web. Mas elas ainda não são suficientes para garantir o sucesso do seu negócio.

Vamos ver as cinco ações online que provavelmente sua empresa já faz, mas que ainda não bastam para gerar resultados:

A sua empresa tem um blog corporativo. 

Você publica sempre notícias do setor e curiosidades encontradas em publicações da área. Muitas pessoas leem e interagem em função desses posts. Mas as vendas não reagem na medida do entusiasmo dos visitantes do blog.
    
A sua marca está presente nas redes sociais e tem muitos fãs. Você já está nas principais redes sociais há algum tempo e conquistou muitos fãs e seguidores. Mas por que as vendas não decolam?

O seu site tem um formulário para cadastro de e-mail do usuário em troca de uma newsletter

Você sabe que é muito bom ter uma lista de e-mails de pessoas interessadas no seu negócio. Por isso, oferece uma newsletter pela qual os visitantes devem cadastrar seu e-mail. 

Depois do cadastro, não há uma regularidade no envio dessa newsletter.

Afinal, nem sempre tem assuntos tão interessantes... Além disso, nunca houve uma resposta a esses e-mails. E dificilmente mais do que 1% dos usuários clica nos links.
    
Você faz anúncios online, para gerar maior visibilidade online, ter mais fãs e oferecer seus produtos, você investe em anúncios online, principalmente no Facebook. 

Os anúncios no Google também estão presentes. Mas é difícil transformar em clientes mais que 1% das pessoas atingidas.
     

Você tem uma loja virtual. 

Como o público também compra online, você montou uma loja virtual, cadastrou seus produtos e até investe em anúncios dos produtos. Mas os clientes não aparecem na quantidade esperada.
    
Mas, se você já faz tudo isso, o que poderia estar faltando?

Falta entender melhor o público e oferecer aquilo que realmente o motiva. 

As pessoas não comprarão imediatamente o seu produto apenas porque você anuncia. É claro que tornar a sua marca e seus produtos conhecidos é importante. Mas para gerar vendas são precisos alguns passos a mais.

Então, vejamos o que você ainda não faz e é muito importante para obter resultados:

O seu blog não trata de soluções para os clientes. Para gerar o senso de autoridade, você precisa tratar de soluções às necessidades e desejos dos clientes. Notícias e curiosidades não criarão autoridade sobre o tema. 

O seu produto ou serviço atende a uma necessidade ou desejo do cliente. Portanto, você deve falar dessas necessidades e desejos e indicar que você tem a solução. Como você é especialista na solução, terá diferentes conteúdos sobre o assunto.
    
A sua presença nas redes sociais não direciona para o seu próprio ambiente digital. O Facebook, Twitter, Instagram e outras redes sociais têm suas próprias regras. E elas mudam sem o seu controle. 

O Facebook decidiu reduzir a relevância dos seus conteúdos e a sua única saída foi anunciar mais. O Instagram agora pertence ao Facebook. Há alguma dúvida de que o caminho será o mesmo? Como você pode se proteger? 

Direcionando os internautas ao seu próprio ambiente online: o seu site e o seu blog. Mas você precisa ter uma forma de se relacionar com eles a partir daí.
    
O seu formulário de cadastro não oferece recompensas e não usa chamadas à ação. Uma newsletter não motiva o suficiente para gerar muitos cadastros. 

A saída é oferecer uma recompensa para o cadastro. 
Pode ser um e-book relacionado ao interesse do público, um vídeo, um guia ou informações úteis relacionadas ao que você vende. Para que o público faça o que você quer, são necessárias as chamadas à ação: “Clique aqui”, “quero baixar o e-book”, “baixe gratuitamente o guia”... 

Para ter acesso a essas informações interessantes, o seu público deixará seu e-mail.
    
Os seus anúncios mostram produtos, não conteúdo útil ao seu público. Quando você anuncia produtos, só venderá às pessoas que precisam daquilo naquele mesmo momento e que já confiem o suficiente na sua empresa para comprar. É um percentual muito pequeno das pessoas atingidas.

O ideal é oferecer algo útil, sem nenhum custo, para obter o cadastro das pessoas mais interessadas.

A conversão de pessoas atingidas em cadastradas será muito maior. 

A partir daí, você pode se relacionar com essas pessoas por e-mail, enviando mais conteúdo útil. Isso construirá autoridade e reputação para a sua marca e conquistará a confiança do público. 

Depois disso, finalmente você poderá oferecer produtos, tendo uma taxa de sucesso muito maior.
    
O seu e-commerce não tem mecanismos eficientes para gerar tráfego, engajamento e vendas. 

Para obter vendas, não basta abrir uma loja. Mesmo oferecendo seus produtos em anúncios, nem sempre os clientes vêm na quantidade necessária. 

Você precisa primeiro atrair o tráfego de pessoas interessadas através de um conteúdo relacionado às suas necessidades. 

Depois você precisa conquistar a confiança desse público através do relacionamento. As maiores empresas do mundo utilizam principalmente o e-mail para isso. Depois você venderá oferecendo produtos adequados às necessidades de cada perfil de cliente. Os visitantes mais engajados terão vantagens exclusivas.
    
Portanto, é visível que no marketing online há muitos tipos de ações possíveis, mas só o encadeamento de uma série específica de ações, bem coordenadas, trará o máximo resultado em vendas.

Com esses tópicos em vista, avalie o que você já tem feito em marketing online e o que ainda falta para atingir as metas de vendas. 

Avance para as ações que ainda faltam, que os resultados aparecerão. 

Ou você poderá assistir aos concorrentes fazendo o mesmo...


Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br