domingo, 15 de novembro de 2015

Vale á pena ler de novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda VII

Vale á pena ler de novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda.

Capítulo VII por Sérgio Duarte

W/Brasil inaugura era de criativos no comando de agências


Washington Olivetto não se tornou a principal referência da propaganda brasileira em todo o mundo apenas pelo reconhecimento de sua qualidade criativa, chancelada por dezenas de Leões em Cannes, inclusive o primeiro de ouro que o País conquistou em 1974.

Após 13 anos de memorável história na DPZ, tendo ingressado após Roberto Duailibi aprovar sua pasta, em 1973, Olivetto tomou uma decisão - de ter seu próprio negócio - que criaria um novo parâmetro para o mercado.

Após meses de análise da proposta de Paul Gredinger (presidente da suíça GGK e maior acionista individual de agências no mundo na ocasião) para se tornar sócio dele no Brasil, Washington aceitou, depois do aval de seu sócio, Javier Lussá.

Os termos da proposta eram irrecusáveis. Washington ganharia um pró-labore equivalente ao que ganhava na DPZ e seria ainda dono de 50% da agência.

O anúncio de sua saída lhe rendeu o fim da amizade com os sócios da DPZ, mas sua decisão marcou o início de uma era em que grandes criativos passaram a comandar as agências.

Foi um grande negócio para a GGK, mas, três anos e 168 prêmios internacionais depois, os sócios Washington Olivetto, Gabriel Zellmeister e Javier Lussá chegaram ao consenso que não precisavam mais da GGK, em especial por esta há muito tempo não aportar contas novas e nenhuma das originais estar mais na agência.

A proposta aos suíços, feita logo após o Festival de Cannes de 1989, era pagar metade dos lucros futuros de dois anos e encerrar a sociedade sem atritos. Gredinger aceitou. E assim nasceu a W/Brasil, a primeira agência brasileira liderada por um astro da criação nacional.

Nascimento do Garoto Bombril em 1978 pela DPZ


O ano de 1978 representou uma nova fase na comunicação da Bombril e um marco na publicidade brasileira. Foi o ano que os criativos Francesc Petit e Washington Olivetto, então na DPZ, introduziram na propaganda uma figura que incorporou as mudanças comportamentais da época: o Garoto Bombril, representado pelo ator Carlos Moreno.

Naquele período, em plena fase de ditadura militar, a sociedade assistiu a uma mudança de valores na sociedade.

As mulheres começavam a valorizar mais os homens desprotegidos e tímidos, em detrimento do estereótipo machão e atlético. O personagem ganhou de imediato a simpatia das donas de casa, e o Garoto Bombril deu maior ênfase à figura do garoto-propaganda.

Desde então, surgiram outros com sucesso, como o Fernandinho (US Top, da Alpargatas), o Baixinho, da Kaiser, e Sebastian, da C&A, entre outros. Em 1986, Olivetto abriu sua própria agência, a W/GGK, atual W/Brasil, e a Bombril acompanhou a mudança.


Em 1994 a campanha foi para o Guinness Book, Livro dos Recordes, como a série de publicidade mais longa do mundo. Em 2004, a W/GGK anunciou o fim do personagem. Dois anos depois, Carlos Moreno voltou a protagonizar e em mais de 30 anos de história, comemorados com o livro Eterno 1001 Anúncios da Bombril, o personagem contabilizou mais de 350 comerciais gravados, imitando mais de 50 figuras públicas em vários momentos da história.