quinta-feira, 27 de julho de 2017

A audiência da TV pela Web começa a ser medida nos Estados Unidos

Na terça-feira, 25, a Nielsen anunciou que irá medir a audiência de Hulu, YouTube e outros serviços de streaming. A empresa já media audiência de plataformas de skinny bundle como CBS All Access, SlingTV e Vue (vinculada ao Playstation), mas é a primeira vez que o instituto anuncia a mensuração de índices de grandes players da categoria.



As alterações nos índices de três e sete dias depois que o programa ir ao ar — conhecidas como C3 e C7 –, serão mínimas. Isso porque os anúncios em programas assistidos no Hulu e YouTube serão contados somente se forem exatamente os mesmos exibidos ao vivo na TV. O Hulu veicula bem menos comerciais quando as pessoas consomem o serviço on demand. Isso significa que os anúncios na visualização on demand não apresentarão índices tão expressivos na soma total dos C3 e C7. 

Anúncios no YouTube também podem variar entre a visualização ao vivo e on demand.

Essa ainda é uma fase muito inicial para serviços da categoria e não está claro quantas pessoas são assinantes ou com que frequência assistem às atrações ao vivo. Mas o acordo é importante pelo fato de ser a primeira vez em que plataformas digitais estão sendo incorporadas às medições de canais de TV tradicionais. Será ainda mais significativo à medida em que o consumo da TV via internet ganhe força.

Também significa que essas plataformas não estão somente apoiando publicidade on demand — onde comerciais podem ser segmentados –, mas também trabalhando para sustentar o modelo publicitário linear, de acordo com Megan Clarken, presidente de produtos da Nielsen.


Fonte: Meio e Mensagem

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Admirável Mundo Novo... Rádio novo.

Admirável mundo novo
O rádio pode ser considerado um sobrevivente. Isso porque, criado em 1896, esse meio de comunicação teve seu fim decretado pela primeira vez apenas 40 anos depois de seu nascimento, no momento em que foi realizada a primeira transmissão regular de TV. A partir daí, ao longo de seus 121 anos, o rádio viu sua existência ameaçada “constantemente”. E segue vivo, resistindo. Isso porque, assim como aquilo que consegue se manter na natureza, o rádio passou por constantes evoluções, sejam elas de linguagem ou tecnológicas, como a adoção do gravador magnético ou o rádio FM.
Mais recentemente, assim como a TV – que depois do advento da Internet também começou a ser desenganada pelos mais céticos –, o rádio teve que lidar com a chegada do digital. E essa inovação tecnológica fez muito bem para esse meio de comunicação centenário e necessário. Em um mundo movido por smartphones, a transição para o digital torna possível que o ouvinte tenha acesso a conteúdos de emissoras do mundo todo. As transmissões via streaming fazem com que as pessoas se relacionem com esses conteúdos de maneira completamente nova.

E isso traz uma tremenda oportunidade para quem atua nessa área. Num momento em que precisamos de alternativas para nossos negócios, as rádios online e o aumento no uso dos aplicativos de streaming acenam com um novo campo muito amplo de atuação e de criação para as produtoras de som. Se o consumidor se relaciona de forma diferente com aquele veículo de comunicação, consequentemente se relaciona de outra maneira com seus conteúdos e com a publicidade relacionada a esse meio.
O digital traz uma liberdade muito maior ao usuário com relação às propagandas veiculadas tanto na TV quanto no rádio. E isso traz possibilidades infinitas para as produtoras de som. Porque, apesar do bom e velho spot ter mudado de cara, aplicativos de streaming ainda comportam conteúdo comercial, principalmente as versões gratuitas. E as agências já estão atentas a isso. Prova é que a demanda por esse tipo de material junto às produtoras tem crescido, principalmente do ano passado pra cá.
Isso acena com a possibilidade para que as produtoras de som retomem a criação de spots, o que possibilita a reconexão com o meio rádio, local de origem de seu negócio. O motivo é o fato das agências também terem voltado a criar para o rádio. Nas últimas décadas, essa lógica havia mudado um pouco, já que, com o aumento do peso das campanhas para TV nos budgets e nas estratégias dos clientes, as produtoras de som voltaram seu foco para trilhas sonoras e sound designer.
Ver a tecnologia como oportunidade é pensar na sustentabilidade do negócio. E a melhor parte, pelo menos no que diz respeito a produção de som, é que, ao olharmos para o futuro podemos vislumbrar o mesmo estímulo que tínhamos no passado, quando o meio rádio, ainda jovem acenava com um mundo de possibilidades. Quando se tem um mundo para construir, podemos deixar a criatividade fluir. E essa é a melhor parte desse nosso trabalho.
Texto de Wanderlei Gonlaves ao Meio e Mensagem