A
desconstrução dos processos de compras
Acabo
de chegar da Globalshop, em Las Vegas.
Um grande congresso focado no Varejo, em
sua importância econômica, social (1/5 da força de trabalho dos EUA é empregada
por ele), e, é claro, nas novidades e tendências que estão sendo lançadas.
É
importante ressaltar que, sendo um evento norte-americano, a Globalshop retrata
este mercado, ainda bastante deprimido desde a crise de 2008.
Lá,
o consumidor até então acostumado a gastar muito, está mais restritivo em
relação ao seu consumo, gabando-se agora de quanto economizou em cada compra do
que quanto gastou, como fazia antes.
Em
termos de tendências é praticamente impossível prever o que vem por aí. Vejam o
exemplo do iPad. Lançado há um ano, este aparelho inimaginável pelo grande
público, já está incorporado a várias
lojas, disponível aos clientes como ferramenta para apresentar e informar sobre
os produtos à venda, formar listas de possibilidades de compras, chamar um
vendedor e até fechar as contas e pagar por elas.
Esta
constante e veloz assimilação de novas tecnologias pela nossa sociedade, aliada
a acontecimentos geopolíticos, como os ocorridos no Líbano e no Japão, só nos
traz uma certeza: o futuro é imprevisível.
Amanhã tudo será diferente...
Um
fenômeno, porém, já é claramente percebido nos EUA e também por aqui: a
desconstrução dos nossos modelos de relacionamento com as marcas e,
consequentemente, dos nossos processos de compras.
A revolução dos
Smartphones
Você
já reparou como esses telefones estão alterando substancialmente a forma pela
qual planejamos nossas vidas?
Você
pode até esquecer a carteira ao sair da casa, mas esquecer o celular?
Nunca!
As
estimativas são de que, até o final do ano, 50% dos celulares dos EUA e 4% do
Brasil serão Smarthpones, que nos permitem comprar a qualquer tempo em
praticamente em qualquer lugar.
Em
2010, o eBay vendeu US$ 2 bilhões em bens e serviços, via Smartphones. O dobro
de 2009!
Tecnologias
como a do self scanning, QR (Quick Response) bar codes, RFID (Radio Frequency
Identification), Geo Tracking e NFC (Near Frequency Communication), empregadas
nesses aparelhos, estão revolucionando as formas pelas quais compramos, ao
permitirem contatos personalizados, para nossos planejamentos de compras, antes
de entrarmos nas lojas, dentro delas, nos check outs e em nossas casas.
Essas
ferramentas estão sendo rapidamente aplicadas pelas marcas, da indústria e do
varejo, permitindo que tenhamos com elas interações muito mais profundas do que
tínhamos até três anos atrás, permitindo que dialoguemos com as nossas marcas
preferidas e, em algum grau, participarmos das suas gestões.
Da
mesma forma pela qual vivenciamos o surgimento e a explosão das redes sociais,
através das quais passamos a contar com poderosas formas de aglutinamento e
participação nas questões que nos mobilizam, estamos em meio a um processo de
transformação radical nos nossos hábitos de compras, em lojas reais ou
virtuais.
As
marcas que souberem “surfar nessa onda” e estabelecerem vínculos mais
consistentes com seus públicos serão as que conseguirão se manter lucrativas
pelos próximos anos.