A Classe C e a preferência
por marcas.
A chamada Nova Classe Média é formada por pessoas que
obtiveram um crescimento de renda nos últimos anos e migraram da classe D para
a C. É formada principalmente pelos negros, que representam 73% do total, com
53 milhões de pessoas.
A grande maioria (55%), é jovem na faixa dos 18 aos 30 anos
de idade e a massa de renda da classe é encabeçada principalmente pelas
mulheres.
O Sudeste tem a maior proporção de pessoas na Classe C, com
46,1%, seguido Nordeste (22,2%); do Sul (16,4%); do Centro-Oeste (8,4%) e do
Norte (6,9%).
A classe emergente já representa a maior parte dos usuários
de serviços financeiros e ampliação do crédito. Mais de 50% usam conta
corrente, contra 15% da classe baixa e 33% da classe alta.
O cartão de crédito é utilizado por 51% da classe média, 14%
da baixa e 35% da alta.
A previdência privada também é prioridade da classe
emergente: 45% dela usam o serviço, contra 12% da baixa e 43% da alta.
Uma das principais características da Classe C é o seu
positivismo com relação ao futuro.
Segundo o estudo Vozes da Classe Média, do Instituto Data
Popular, com relação a sua confiança no Governo, a população acredita que a
educação (70%) e a saúde (75%) são as principais responsabilidades do Estado.
Do total de pessoas, 67% acreditam que o voto pode melhorar
a política brasileira.
A classe média também se revela otimista: seis em cada 10
brasileiros acreditam que sua vida melhorou.
Do total de entrevistados no estudo, 59% acham que vivem
melhor; 35% igual e 6% acreditam viver pior. Já 81% acham que a situação
melhorará no próximo ano.
Comportamento da
Classe C
Com relação aos seus desejos de compra, a Nova Classe Média
sabe o que quer.
Essa forma de comprar pode ser chamada de "mais por
menos", ou seja, pessoas cada vez mais exigentes com o que escolhem, mas que
são conscientes na hora de gastar.
De acordo com a
pesquisa "O que mudou, para quem mudou? Entender, prever e atender o
consumo emergente", da GS&MD – Gouvêa de Souza, os atributos mais
valorizados são preço, variedade, qualidade e marca.
"O preço porque ainda continua sendo relevante, a
variedade porque o consumidor emergente busca mais alternativas pra fazer suas
escolhas, o que nos leva ao terceiro e quarto atributos: ele tem preocupação
com durabilidade e segurança e, surpreendentemente, passa a referenciar marcas
de predileção entre as suas escolhas, muito mais que puramente produto versus
preço", explica Alexandre Horta sócio-sênior da GS&MD – Gouvêa de
Souza
A população de Classe C apresenta um comportamento
sustentável que está baseado, principalmente no fato de as mulheres terem menos
filhos.
Na década de 1970 a brasileira tinha em média seis filhos;
hoje tem menos de dois. Em 1990, 16% das crianças de sete a 14 anos estavam
fora da escola, hoje são menos de 2%.
O principal símbolo
da Nova Classe Média é o emprego com carteira assinada. "Esse processo
de ascensão se dá muito mais por trabalho, educação e uma família mais
equilibrada. Até no Nordeste hoje em dia as mulheres têm, em média, dois
filhos. Essa é uma revolução", explica Marcelo Neri, Chefe do Centro de
Políticas Sociais da FGV, Ph.D em Economia pela Universidade de Princeton,
Mestre e Bacharel em Economia pela PUC-Rio.
Esse consumidor emergente surgiu com um nível de consciência
sobre seus desejos, com conhecimento dos canais onde ele pode expressá-los e
crítica muito maior, exercendo uma pressão sobre o mercado para que ele busque
alternativas para satisfazê-lo.
Entre os consumidores da Nova Classe Média, 66% não
abandonaram as lojas nas quais estavam acostumados a comprar no passado. Dos
que mudaram, os principais motivos foram, em primeiro lugar, a qualidade do
atendimento seguida pela alta nos preços.
Outra mudança apontada pela pesquisa diz respeito à forma
como esse consumidor busca pelos produtos nas lojas.
Enquanto antes o maior peso era dado para o relacionamento
com o estabelecimento e ofertas de crédito, hoje, a principal busca é pelas
marcas. Segundo a pesquisa "Classes em movimento: O consumidor mais por
menos redefine o varejo", elaborado pela consultoria Gouvêa de Souza, 61%
das pessoas apontaram a marca como ponto fundamental na escolha de um produto.
Já as formas de pagamento foram citadas por 39% das pessoas.
A pesquisa também levantou que a casa é o epicentro do
convívio das famílias do consumidor Mais por Menos e o comportamento dita o
consumo no varejo. Entre os principais serviços contratados nos últimos dois
anos aparecem, em primeiro lugar, TV por assinatura (32%), em segundo os
celulares pré-pagos (30%) e, em terceiro, Internet (28%). Do total, 49,5% dizem
passar o tempo com a família em casa, 40% assistem TV/filmes em casa, e a média
cai para 29% quando falamos em sair com amigos ou namorado. Com relação às
aspirações para o futuro, a casa também está nos principais planos dessa
parcela da população. O grande sonho de consumo da classe emergente é um imóvel
novo, maior ou melhor localizado, questão apontada por 45% dos homens e 40% das
mulheres. Em segundo lugar na lista de desejos vem o carro, com 32%, e
educação, com 27%. A educação aparece nas citações como uma forma de buscar uma
melhor remuneração e, consequentemente, melhores condições de vida.
Fonte:http://www.mundodomarketing.com.br/mais-mundo-do-marketing/estudos/6/perfil-detalhado-da-nova-classe-media-brasileira.html