terça-feira, 27 de agosto de 2013

Para que gosta de Rádio (3)


Tudo ia bem até acontecer a radiodifusão com imagem...

Inaugurada em setembro de 1950, por Assis Chateaubriand, a TV Tupi chega ao Brasil como primeiro canal de televisão em São Paulo e, em janeiro de 1951, entra no ar a TV Tupi no Rio.

Ambas, operavam com improvisos ao vivo. O custo do aparelho televisor - que era importado - restringia o seu acesso às classes mais abastadas como no início da radiodifusão. Era necessário criar o hábito de consumo, e Chateaubriand sabia disso... 

O Rádio mantinha-se como instrumento de comunicação popular, e em 1955, ocorria a primeira transmissão experimental de rádio FM, pela Rádio Imprensa do Rio de Janeiro, que copia os moldes do rádio-clube, ou seja, cobrando pela assinatura do serviço de música ambiente.

Mas, surge o videotape (VT) no início dos anos 1960...
Ele permite que os erros ao vivo dos programas televisivos fossem corrigidos antecipadamente e que um programa pudesse ser gravado em horário diferente do horário de exibição. E as rádios continuavam com os improvisados programas de auditório...

De forma célere, a televisão brasileira passou a tratar do processo de segmentação de massa de sua programação com as transmissões via-satélite em 1965 (TV Globo no Rio de Janeiro, que mais tarde formaria a Rede Globo e, em 1967, a TV Bandeirantes em São Paulo).

O fator da inovação através do VT ocasionou a inauguração no país de mais 27 novas emissoras, com 80% da programação exibindo em VT as produções realizadas no eixo Rio - São Paulo.
Uma das estratégias de rádio em aumentar a cobertura tornava-se uma vantagem competitiva das emissoras de TV, de forma eficiente e competente.

(Somente em 1990, a rede Bandeirantes de rádio se tornava a primeira emissora no Brasil a transmitir via satélite com 70 emissoras FM e 60 em AM, em mais de 80 regiões do país).

Todavia, antes na década de 80, o processo de cobertura pelas principais emissoras de rádio do Rio e São Paulo foi coisa de amador... O rádio já havia perdido grande parte das verbas publicitárias (eu vi de perto, ninguém me contou...). 
 
E o pior é quando a receita cai... Em 1962, por exemplo, as pesquisas mostravam que havia um empate na distribuição das verbas publicitárias entre as emissoras de rádio e TV (23,6% para cada um dos meios). Mas, em 1978, a participação nos investimentos em propaganda para o rádio despencaram para apenas 8% (oito percento)... E hoje, esquece...

Semana que vem eu conto mais desta saga do rádio.