Tudo ia bem até acontecer a radiodifusão com imagem...
Inaugurada em setembro
de 1950, por Assis Chateaubriand, a TV Tupi chega ao Brasil como primeiro canal
de televisão em São Paulo e, em janeiro de 1951, entra no ar a TV Tupi no Rio.
Ambas, operavam com
improvisos ao vivo. O custo do aparelho televisor - que era importado -
restringia o seu acesso às classes mais abastadas como no início da radiodifusão. Era necessário criar o hábito de consumo, e Chateaubriand sabia disso...
O Rádio mantinha-se
como instrumento de comunicação popular, e em 1955, ocorria a primeira transmissão
experimental de rádio FM, pela Rádio Imprensa do Rio de Janeiro, que copia os moldes do rádio-clube, ou seja, cobrando pela assinatura do serviço de música ambiente.
Mas, surge o videotape (VT) no início dos anos 1960...
Ele permite que os erros
ao vivo dos programas televisivos fossem corrigidos antecipadamente e que um
programa pudesse ser gravado em horário diferente do horário de exibição. E as rádios continuavam com os improvisados programas de auditório...
De forma célere, a televisão brasileira passou
a tratar do processo de segmentação de massa de sua programação com as transmissões
via-satélite em 1965 (TV Globo no Rio de Janeiro, que mais tarde formaria a
Rede Globo e, em 1967, a TV Bandeirantes em São Paulo).
O fator da inovação
através do VT ocasionou a inauguração no país de mais 27 novas emissoras, com
80% da programação exibindo em VT as produções realizadas no eixo Rio - São
Paulo.
Uma das estratégias de rádio em aumentar a cobertura tornava-se uma vantagem competitiva das
emissoras de TV, de forma eficiente e competente.
(Somente em 1990, a rede
Bandeirantes de rádio se tornava a primeira emissora no Brasil a transmitir via
satélite com 70 emissoras FM e 60 em AM, em mais de 80 regiões do país).
Todavia, antes na
década de 80, o processo de cobertura pelas principais emissoras de rádio do
Rio e São Paulo foi coisa de amador... O rádio já havia perdido grande parte
das verbas publicitárias (eu vi de perto, ninguém me contou...).
E o pior é quando a receita cai... Em 1962, por exemplo,
as pesquisas mostravam que havia um empate na distribuição das verbas
publicitárias entre as emissoras de rádio e TV (23,6% para cada um dos meios). Mas, em 1978, a participação
nos investimentos em propaganda para o rádio despencaram para apenas 8% (oito
percento)... E hoje, esquece...
Semana que vem eu conto
mais desta saga do rádio.