domingo, 18 de agosto de 2013

Para quem gosta de Rádio (2)

 
Era uma vez o Rádio (2)

O período relativo aos anos 30-50 marcavam o apogeu do rádio como veículo de comunicação de massa.

O crescimento da economia nacional alavancado pela indústria elétrica em conjunto com a fonográfica atraiam anunciantes estrangeiros (de prestígio como Philips, Gessy e Bayer) para as 52 novas emissoras nas cidades brasileiras, ora sob o título de rádio Sociedade, ora rádio Club (com “b” mudo).

As emissoras ficavam assim distribuídas, lembrando que na Guanabara, no Rio de janeiro, estaria a capital da República Federativa do Brasil: 12 no Rio de Janeiro; 14 no interior de São Paulo; 10 em São Paulo capital; 3 em Salvador; duas em Porto Alegre; duas em Niterói; e uma apenas nas cidade de: Pelotas, Campos, Fortaleza, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberaba, Belém, Curitiba, e Recife (fonte: www.abert.org.br. Compêndio A História do Rádio).

Em 1936, com o acesso aos aparelhos de rádio, que podiam ser comprados no varejo, surgia a grande concorrente de Roquette-Pinto: a rádio Nacional.

A primeira a ter grande alcance (de cobertura geográfica) liderou a audiência por 20 anos com programas de auditório, comédias e novelas.

Com o uso de narrativa específica e textos de fácil linguagem comunicacional, pois um segmento grande da população brasileira   não sabia ler, a Nacional veicularia aos ouvintes a primeira novela brasileira “Em busca da felicidade”, o programa humorístico “Balança mais não Cai” e o programa jornalístico “Repórter Esso” com o slogan: “Testemunha Ocular da História” .

Uma rádio para todos os segmentos da população.

Com isto, devido à popularização do rádio comercial, restou a Edgard Roquette-Pinto doar a sua emissora ao Ministério da Educação, que a transforma em Rádio MEC, mantendo-se o conceito de rádio educativo-cultural até os dias atuais. Uma rádio segmentada, se observarmos pela proposta da Nacional.

A Nacional promovia efeitos nos modos, nas modas e na cultura do Brasil como uma agulha hipodérmica pelas ondas hertzianas no Brasil de sul a norte.

Agia em ouvintes isolados fisicamente e psicologicamente com grande eficiência. Com o propósito de aumentar o seu alcance, em 1942, a emissora passa a se utilizar da emissão através da tecnologia de Ondas Curtas.

Despertado pelo sucesso das transmissões da rádio Nacional, o então, presidente Getúlio Vargas promove através do decreto-lei nº2073 a incorporação da rádio Nacional, em plena ditadura em 1935.

Utilizando-a como parte do seu instrumento político cria o “Programa Nacional” (que nos dias atuais é conhecido por “A Voz do Brasil”) para fazer propaganda das propostas e ideias de governo para as grandes massas. Até que uma nova tecnologia viriam mudar os contornos da radiodifusão com o acréscimo da imagem.

Inaugurada em setembro de 1950, por Assis Chateaubriand, a TV Tupi chega como primeiro canal de televisão em São Paulo (em 1951, entra no ar a TV Tupi do Rio).

No inicio das operações, a televisão brasileira também passou por situações de improvisos ao vivo e o alto custo do aparelho televisor - que era importado - restringia o seu acesso às classes mais abastadas.

Como no exemplo da rádio Nacional, utiliza-se da mesma estratégia de programação através do mesmo formato com o programa humorístico - Rancho Alegre, com o caipira Mazzaropi, o primeiro telejornal e a telenovela - Sua Vida me Pertence.

Continua semana que vem...