Era uma vez o Rádio (2)
O período relativo aos anos 30-50 marcavam o apogeu do rádio como veículo de comunicação de massa.
O período relativo aos anos 30-50 marcavam o apogeu do rádio como veículo de comunicação de massa.
O crescimento da economia nacional alavancado pela indústria elétrica em conjunto com a fonográfica atraiam anunciantes estrangeiros (de prestígio como Philips, Gessy e Bayer) para as 52 novas emissoras nas cidades brasileiras, ora sob o título de rádio Sociedade, ora rádio Club (com “b” mudo).
As emissoras ficavam assim distribuídas, lembrando que na Guanabara, no Rio de janeiro, estaria a capital da República Federativa do Brasil: 12 no Rio de Janeiro; 14 no interior de São Paulo; 10 em São Paulo capital; 3 em Salvador; duas em Porto Alegre; duas em Niterói; e uma apenas nas cidade de: Pelotas, Campos, Fortaleza, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberaba, Belém, Curitiba, e Recife (fonte: www.abert.org.br. Compêndio A História do Rádio).
Em 1936, com o acesso aos aparelhos de rádio, que podiam ser comprados no varejo, surgia a grande concorrente de Roquette-Pinto: a rádio Nacional.
A
primeira a ter grande alcance (de cobertura geográfica) liderou a audiência por
20 anos com programas de auditório, comédias e novelas.
Com o uso
de narrativa específica e textos de fácil linguagem comunicacional, pois um
segmento grande da população brasileira
não sabia ler, a Nacional veicularia aos ouvintes a primeira novela
brasileira “Em busca da felicidade”, o programa humorístico “Balança mais não
Cai” e o programa jornalístico “Repórter Esso” com o slogan: “Testemunha Ocular
da História” .
Uma rádio
para todos os segmentos da população.
Com isto,
devido à popularização do rádio comercial, restou a Edgard Roquette-Pinto doar a sua emissora ao Ministério da
Educação, que a transforma em Rádio MEC, mantendo-se o conceito de rádio educativo-cultural
até os dias atuais. Uma rádio segmentada, se observarmos pela proposta da
Nacional.
A
Nacional promovia efeitos nos modos, nas modas e na cultura do Brasil como
uma agulha hipodérmica pelas ondas hertzianas no Brasil de sul a norte.
Agia em ouvintes
isolados fisicamente e psicologicamente com grande eficiência. Com o propósito
de aumentar o seu alcance, em 1942, a emissora passa a se utilizar da emissão
através da tecnologia de Ondas Curtas.
Despertado
pelo sucesso das transmissões da rádio Nacional, o então, presidente Getúlio
Vargas promove através do decreto-lei nº2073 a incorporação da rádio Nacional,
em plena ditadura em 1935.
Utilizando-a
como parte do seu instrumento político cria o “Programa Nacional” (que nos dias
atuais é conhecido por “A Voz do Brasil”) para fazer propaganda das propostas e
ideias de governo para as grandes massas. Até que uma nova tecnologia viriam
mudar os contornos da radiodifusão com o acréscimo da imagem.
Inaugurada
em setembro de 1950, por Assis Chateaubriand, a TV Tupi chega como primeiro
canal de televisão em São Paulo (em 1951, entra no ar a TV Tupi do Rio).
No inicio
das operações, a televisão brasileira também passou por situações de improvisos
ao vivo e o alto custo do aparelho televisor - que era importado - restringia o
seu acesso às classes mais abastadas.
Como no
exemplo da rádio Nacional, utiliza-se da mesma estratégia de programação
através do mesmo formato com o programa humorístico - Rancho Alegre, com o
caipira Mazzaropi, o primeiro telejornal e a telenovela - Sua Vida me Pertence.
Continua
semana que vem...