Vale á pena ler de
novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda.
Capítulo VII por Sérgio
Duarte
W/Brasil inaugura era de criativos no comando de agências
Washington
Olivetto não se tornou a principal referência da propaganda brasileira em todo
o mundo apenas pelo reconhecimento de sua qualidade criativa, chancelada por
dezenas de Leões em Cannes, inclusive o primeiro de ouro que o País conquistou
em 1974.
Após
13 anos de memorável história na DPZ, tendo ingressado após Roberto Duailibi
aprovar sua pasta, em 1973, Olivetto tomou uma decisão - de ter seu próprio
negócio - que criaria um novo parâmetro para o mercado.
Após
meses de análise da proposta de Paul Gredinger (presidente da suíça GGK e maior
acionista individual de agências no mundo na ocasião) para se tornar sócio dele
no Brasil, Washington aceitou, depois do aval de seu sócio, Javier Lussá.
Os
termos da proposta eram irrecusáveis. Washington ganharia um pró-labore
equivalente ao que ganhava na DPZ e seria ainda dono de 50% da agência.
O
anúncio de sua saída lhe rendeu o fim da amizade com os sócios da DPZ, mas sua
decisão marcou o início de uma era em que grandes criativos passaram a comandar
as agências.
Foi
um grande negócio para a GGK, mas, três anos e 168 prêmios internacionais
depois, os sócios Washington Olivetto, Gabriel Zellmeister e Javier Lussá
chegaram ao consenso que não precisavam mais da GGK, em especial por esta há
muito tempo não aportar contas novas e nenhuma das originais estar mais na
agência.
A
proposta aos suíços, feita logo após o Festival de Cannes de 1989, era pagar
metade dos lucros futuros de dois anos e encerrar a sociedade sem atritos.
Gredinger aceitou. E assim nasceu a W/Brasil, a primeira agência brasileira
liderada por um astro da criação nacional.
Nascimento
do Garoto Bombril em 1978 pela DPZ
O
ano de 1978 representou uma nova fase na comunicação da Bombril e um marco na
publicidade brasileira. Foi o ano que os criativos Francesc Petit e Washington
Olivetto, então na DPZ, introduziram na propaganda uma figura que incorporou as
mudanças comportamentais da época: o Garoto Bombril, representado pelo ator
Carlos Moreno.
Naquele
período, em plena fase de ditadura militar, a sociedade assistiu a uma mudança
de valores na sociedade.
As
mulheres começavam a valorizar mais os homens desprotegidos e tímidos, em
detrimento do estereótipo machão e atlético. O personagem ganhou de imediato a
simpatia das donas de casa, e o Garoto Bombril deu maior ênfase à figura do
garoto-propaganda.
Desde
então, surgiram outros com sucesso, como o Fernandinho (US Top, da Alpargatas),
o Baixinho, da Kaiser, e Sebastian, da C&A, entre outros. Em 1986, Olivetto
abriu sua própria agência, a W/GGK, atual W/Brasil, e a Bombril acompanhou a
mudança.
Em
1994 a campanha foi para o Guinness Book, Livro dos Recordes, como a série de
publicidade mais longa do mundo. Em 2004, a W/GGK anunciou o fim do personagem.
Dois anos depois, Carlos Moreno voltou a protagonizar e em mais de 30 anos de
história, comemorados com o livro Eterno 1001 Anúncios da Bombril, o personagem
contabilizou mais de 350 comerciais gravados, imitando mais de 50 figuras
públicas em vários momentos da história.