segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A forma de classificar os brasileiros em classes sociais e paradoxos.

A forma de classificar os brasileiros 
em classes sociais e paradoxos.

O Critério Brasil é a forma que os institutos de pesquisa classificam as pessoas em suas respectivas classes sociais. E você sabe a qual classe social pertence ?

Geralmente, em sala de aula ou com algum clientes, exponho que esta foi a melhor forma, e única, que os pesquisadores descobriram para ter parâmetros em relação a posicionar o tipo de consumidor ou cliente de uma empresa, quando vamos fazer o nosso trabalho de marketing e comunicação.

Se esta é a melhor maneira? Talvez, sim; talvez, não.

Contudo é um formato que não de deve ser desprezado.

Logo, o modo de classificar economicamente a população brasileira mudou em janeiro deste ano e eis alguns detalhes.

O Critério de Classificação Econômico Brasil 2014 continua baseado em posse de bens e acesso a serviços, atrelando a cada item uma quantidade de pontos, mas agora, a base para o estudo é a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que já é um avanço.

Veja como ficou a nova distribuição da população brasileira entre as classes econômicas:
  
​Classe
População  Brasileira​
​A
​2,80%
​B1
​3,60%
​B2
​15,10%
C1​
​20,60%
​C2
​20,60%
​D
​22,80%
​E
​14,50%

Fonte: POF 2009 referente ao Brasil

Note  que o aumento ou diminuição da quantidade de brasileiros em uma determinada classe não significa que a população brasileira ficou mais rica ou mais pobre. Essa variação ocorre apenas por conta da mudança nos critérios de classificar a população.

Para a Bruna Suzzara, do Instituto Brasileiro de Opinião Pesquisa e Estatística (IBOPE), que participou do participou do comitê de revisão do Critério de Classificação Econômico Brasil: “Sempre que há uma mudança de critério de classificação, existe a quebra da série histórica de dados. Portanto, não podemos comparar os novos percentuais de distribuição de classe com os anteriores, pois são critérios de classificação completamente diferentes. ”

No novo formato, o Critério Brasil também sofreu alterações em relação ao anterior (2011). Ei-las:

a) Há a inclusão de acesso a serviços públicos (água encanada e rua pavimentada).

b) Em relação ao Critério 2011 na posse de itens, deixaram de ser variáveis: televisão em cores, rádio e videocassete; e foram incluídos microcomputador, lava-louças, micro-ondas, motocicleta e secadora de roupas.

c) Continuam entre os itens de posse: banheiro, automóvel, geladeira, freezer, lava roupas , DVD e empregada doméstica (item muito criticado, quando da votação no Congresso dos direitos trabalhistas da categoria, que não sabia que há décadas fazia parte do questionário de itens de posse...).

Veja a nova alteração de peso para a posse de cada item em uma família:


Houve também alteração no grau de instrução do chefe da família, pois quem possui superior completo passou de 8 para 7. 


Vai entender?
Em suma, o Critério Brasil é um estimador padronizado da capacidade de consumo dos domicílios brasileiros, sendo uma ferramenta que permite a comparação entre estudos realizados em diferentes regiões do país. 

No Rio de Janeiro, muitas vezes tivemos problemas em analisar o perfil do consumidor classe A de áreas díspares como São Conrado e Caxias. Teria o mesmo perfil, ambos, o mesmo estilo de vida, para objeto de uma campanha publicitária?

E você, o que acha?




domingo, 16 de fevereiro de 2014

O Fim das Rádios AM e o recomeço de uma nova era na radiodifusão brasileira

O Fim das Rádios AM e o recomeço de uma nova era na radiodifusão brasileira

O decreto de migração das emissoras AM para a faixa de FM é o fato mais importante dos últimos 50 anos para o rádio no Brasil.

A mudança dará ao rádio em amplitude modulada as condições de competir com as novas mídias, permitindo que o veículo continue prestando um serviço fundamental ao Brasil como  levar informação, cultura e entretenimento de forma livre e gratuita a milhões de pessoas com a mesma qualidade de som das emissoras em frequencia modulada (FM).

Pouca gente se lembra, mas quem trabalhou em grupos ou sistemas de emissoras de rádio, sabem da competição interna, que ocorria entre os profissionais de AM e FM nos idos anos 1980 pela preferência dos ouvintes, clientes e diretores das emissoras com mais de uma emissora.

Eu, por exemplo, fui testemunha das discussões e ciúmes causados, quando uma emissora dava maior atenção estratégica nas ações entre emissoras de diferentes frequencia em um mesmo grupo de comunicação.

Havia nos anos 1980, o frisson pelos grandes comunicadores de rádio AM e os disck- jockeys da locução nas FMs, quando elas pararam de tocar música instrumental e partiram para o hit-parade (a famosa parada de sucessos musicais amaericana).

Eu era bem jovem, com 20 anos, quando relato o que vi no parágrafo anterior e vivi nos anos seguintes.

Em 1983, no Sistema Globo de Rádio, Paulo Giovanni (hoje, publicitário) e o memorável Haroldo de Andrade eram os dois locutores mais lembrados em pesquisa de Recall (taxa de lembrança do IBOPE) na cidade do Rio de Janeiro, os líderes de audiência na Rádio Globo AM, seguidos por Robson Castro (o criador do modelo de rádio que toca músicas do passado – Flashbacks) o primeiro personality da Rádio 98 FM.

Naquele momento da pesquisa, a presença de um locutor de FM (que fazia um programa das 22 h às 2 h da madrugada), surpreendeu, inclusive, o saudoso diretor Paulo César Ferreira em um jantar (leia a missiva a baixo) que convocou (em 22 de março de 1984) os profissionais de FM ao restaurante Castelo da Lagoa, para comemorar o “surgimento” e crescimento da 98 e Globo FM, no competitivo mercado fluminense com a presença do nosso saudoso e tutor Mário Luiz.

Ainda, me lembro que o Dr. Paulo César Ferreira não entendia como um locutor de uma rádio FM, em horário noturno conseguia ter uma enorme taxa de lembrança- Recall ( pela resposta espontânea dos ouvintes de rádio aos entrevistadores do IBOPE).

Doutor Paulo César durante o jantar, de forma descontraída dizia que continuássemos com aquela proposta de programação e queria conhecer o autor da proeza (o Robson Castro) dizendo que não gostava do tipo de programa, particularmente de um dos quadro do programa, mas era para continuar... O que o PC mais queria , no íntimo que que a 98 FM ou Globo FM superassem a audiência da Rádio Cidade (um dos fenômenos do FM carioca, no início dos anos 1980 pertencente ao Grupo Jornal do Brasil).

Veja como o PC começou a missiva, ou seja, a carta-convite...


Eu na época sabia da razão do sucesso (um deles já citei no fim do parágrafo acima), mas com meus 21 anos de idade não me atrevia a falar em meio há tanta gente mais experiente do que eu...

Com o passar dos anos, hoje tenho 53 anos bem vividos, tenho a certeza, de que não há diferença, nenhuma, entre ouvinte de AM ou FM.

A proposta do rádio ouvido até os anos 1980 era o de ser um companheiro do ouvinte, independente do horário que a pessoa sintonizava um tipo de frequencia.

No caso da FM, já havia indícios do processo de segmentação, já que o programa Good Times, apresentado com maestria por Robson Castro (hoje, na Rádio Paradiso FM - Rio, com o congênere Yesterday) foi o responsável pelo primeiro nicho de mercado radiofônico todas as noites com relato de histórias, traduções de músicas, e  afins para um público seleto.

No caso da AM, sempre, os comunicadores tiveram o prestigio e credibilidade por tratar das demandas dos ouvintes e da Sociedade, de forma pontual. Eles com capacidade de se comunicar de forma simples e objetiva com seus ouvintes deram início ao segmento de programação Talk Show.

Todavia, desde de então, havia uma separação entre a rádio que tocava para falar e a rádio que falava para tocar, marcando um divisor entre as frequências.

Lembro-me que em 1986, fui coordenar a primeira rádio do nordeste do Sistema Globo de Rádio, que se chamou. Salvador FM. Lá a estratégia de programação era tocar mais músicas (do tipo Só Sucesso) e por sorte, encontramos o maior publicitário do Brasil, Nizan Guanaes (hoje vencedor do prêmio de melhor agência de propaganda do Mundo 2013 pela África), que já demonstrava uma afeição pelo meio Rádio (Nizan fez o lançamento da Rádio Salvador FM com um outdoor sonoro: com uma bela mulher chamando à atenção para o painel... da Salvador - Você liga e é só sucesso; o outdoor tocava música...).

Depois, em 1990, Nizan foi convidado para elaborar a campanha publicitária de lançamento da Rádio CBN e criou o famoso slogan: Rádio que toca notícia.

Vale, também, lembrar outro fato da mesma época: as transmissões em AM Estéreo. Ora uma tentativa de colocar as emissoras AM com condições de tocar músicas com qualidade, e diminuir a evasão de ouvintes, o que não teve sucesso. Mas, por que não deu certo o AM estéreo?

Simples. Os empresários se esqueceram de fabricar os aparelhos para serem vendidos no comércio varejista, como tinha feito Roquete Pinto em 1940. Um erro crasso, e esquecido...

Mas, o tempo foi passando... O meio rádio foi se ajustando aos erros e acertos e hoje creio que há um promissor cenário para a moçada que está chegando ao mercado.

Com a proposta em 7 de novembro de 2013, em decreto assinado pela Dilma Rousseff cerca de 1,7 mil emissoras de amplitude modulada explorarão a FM Estendida- FMe, e isto vai mexer com o nosso negócio.

Notoriamente, em futuro bem próximo, não haverá mais distinção entre AM e FM no seu, no meu Smartphone (o telefone inteligente, traduzindo do inglês para o português...). As pessoas irão ouvir rádio com qualidade e recursos antes nem imaginados (textos, imagens, redes sociais, etc).

Os estudos já começaram para colocar todas as rádios com as mesmas condições de igualdade (em Maio de 2010, a Agência Nacional de Telecomunicações publicou um estudo sobre a viabilidade técnica da migração do rádio AM para a faixa de FM, usando os canais 5 e 6 de televisão em Santa Catarina, como balão de ensaio).

Posso me atrever, agora, depois do jantar com os meus pares em 1984, a dizer que: não vou mais ouvir rádio pela frequencia, tão somente, e que não é o fim do Rádio AM.

Em suma: rádio é Rádio, simples como Love is Love da música do John Lennon.


Sérgio Luiz Duarte
Radialista, publicitário e professor universitário

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

As três decisões que você precisa tomar posse como chefe

As três decisões você precisa tomar posse como chefe
The Three Decisions You Need to Own

Por  Ram Charan

Os chefes das empresas (CEOs ) enfrentam inúmeras decisões. Os melhores executivos usualmente entendem quais precisam focar e quais podem delegar.

As decisões sobre estratégia e vantagem competitiva são tão importantes quanto objetivos, alocação de recursos e pessoas. Mas as  mais importantes que você precisa tomar posse são:

a) O estabelecimento de metas

Como regra geral, os CEOs não dão à atenção suficiente para a definição dos objetivos de uma empresa, pois o maior erro que eles fazem é olhar no retrovisor para observar o que fizeram no ano passado ou as estratégias da concorrência.

“Os brilhantes decisores olham para frente da pista”.

b) A alocação de recursos

Estas decisões são dimensionadas visto que, em alguns movimentos competitivos são necessários recursos em algumas vezes não proporcionais.

Quando os recursos de uma empresa são alocados de baixo para cima em vez de cima para baixo, eles ficam fora de sintonia com o que a equipe sênior está pretendendo realizar.

Por exemplo, em muitas empresas o investimento total em dinheiro em aquisições, Pesquisa e Desenvolvimento e ativos fixos não retornam o custo de capital, perante o ajuste e intervalo de tempo.

“hoje, o resultado reflete na alocação errada e / ou execução ineficaz, e geralmente alguns acionistas estão encontrando falhas no desempenho do CEO”.

C) Pessoas e Organização

No final do ano de  2010 , o CEO da Genereal Eletric (GE), Eff Immelt decidiu dar aos seus gestores a responsabilidade em todos os países que GE operava, a oportunidade de tratar diretamente com o vice-presidente John Rice, baseado no mercado emergente de Hong Kong,

Isto refletiu a realidade do grande crescimento da GE, proveniente de países em desenvolvimento, onde devem estar os líderes, pois " A GE deve estar no lugar onde o crescimento está” .

“Segundo ele, hoje há uma mudança no centro de gravidadedas grandes empresas”.

Tais decisões podem ser impopulares e quebram uma série de tradições, e podem alterar o futuro de qualquer empresa.

Mas, as decisões como deslocar pessoas são as mais difíceis.

Eu, por exemplo, estudei sobre os erros dos CEOs , e vi que a razão mais comum estava na colocação da pessoa errada em um determinado trabalho e consequentemente: a incompatibilidade.

Notei, que a maioria dos chefes, com o tempo sabe quando alguém não está apto para o trabalho, mas geralmente não faz nada a respeito, pois é difícil admitir um erro.

Em suma, as três áreas citadas acima têm o maior impacto sobre se ou não a sua estratégia será executada com sucesso, logo: não delegue para outros!



Este ensaio é uma adaptação e tradução livre de Sérgio Duarte de uma entrevista a Ram Charan à Harvard Business Review

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Existe alguma coisa que garante o sucesso de um indivíduo no mundo da música?

Existe alguma coisa que garante o sucesso de um indivíduo no mundo da música?


"Every time the music gets played, somebody gets paid”
Professor John Kellongs

Toda profissão tem os seus princípios orientadores.

Na aplicação da lei o que importa é: "proteger e servir". Por exemplo, na área médica adotou-se o juramento de Hipócrates. Nos esportes da época grega, a proposta bem sucedida é do jogo limpo o “fair play” para não se perder a graça de uma partida...

Sendo uma fusão da arte com o comércio, a indústria da música não sancionou oficialmente princípios orientadores de conduta.

Mas eu proponho os "3 grandes Ps" como um roteiro, que eu acredito que ajudam a nortear sucesso de um indivíduo na indústria fonográfica.

Os 3 grandes P’s

Primeiro: Produto (poderoso)
A canção, gravação de áudio ou vídeo, performance ao vivo, o avanço tecnológico (aplicativos, local, etc.), que tem capacidade de construir e manter o valor de longo prazo e relevância.


Segundo: Perspectiva (apropriada)
Os criadores de música devem desenvolver tanto de uma perspectiva externa e interna do negócio da música.

Externamente, eles devem reconhecer que um dos trabalhos principais de sua gravadora é maximizar o valor da empresa para os proprietários da empresa de registro. Mesmo se o artista é dono da empresa, um dos objetivos da empresa deve ser o de gerar um lucro para que a empresa possa permanecer no negócio e ser um benefício para o artista.

Internamente, um artista deve reconhecer que qualquer sucesso sustentado só pode ser alcançado através do investimento de longo prazo de tempo e dinheiro para construir ativos valiosos (do produto poderoso).

Terceiro: Profissional (com Atitude).
Os participantes nos negócios da música têm que entender que suas relações cotidianas com os outros deve ser conduzida de forma profissional, que respeite todas as pessoas que estão em constante contato.

Se a comunicação é uma correspondência com um presidente de uma grande gravadora, sua recepcionista, ou um tweet para um grupo fãs leais, deve-se refletir acerca do conhecimento adequado do assunto a ser enviado e o tipo de recebedor das mensagens.

Veja alguns exemplos dos três grandes do P

Um exemplo de (Powerful Product) Produto poderoso

Em 1973, na Atlantic Records , o produtor Joel Dorn gravou o vencedor do Grammy, a música número (um hit single): "Killing Me Softly With His Song" com Roberta Flack.

A música é um tema excepcional de autoria de Charles Fox e Norman Gimbel, com uma entrega pessoal de Roberta Flack levando emoção ao vocal, com um coro de fundo adicionado ao som da batida do Black beat que contagiava.

Por todas essas características, "Killing Me Softly With His Song"  foi um produto verdadeiramente poderoso.

Tanto, que em 1995, o registro vocal de Roberta Flack foi retomado pelos single” número um no Reino Unido vendendo mais de um milhão de cópias.


(* no final do post há um link para ouvir as duas versões)

Um exemplo de (Proper Perspective) Perspectiva apropriada

O grupo The Grateful Dead foi a banda em turnê de shows mais bem sucedida na história, devido aos voos criativos de improvisação, composição, e de alta fidelidade sonorização apresentados as legiões de fãs ao vivo.

Recentemente, vários livros foram publicados que falam sobre o respeito e atitude inovadora do The Grateful Dead para o negócio da música no cultivo de sua base de fãs.

Por exemplo, o modelo de negócio de quase todas a bandas, nos 1970, era fazer dinheiro com as vendas de álbuns. De maneira diferente, a The Grateful Dead rejeitou essa ideia, pois seu modelo de negócio primordial foi baseado em ganhar,apenas, dinheiro com os shows.

Devido a essa mudança, houve uma quebra de paradigmas.

Por exemplo, cada concerto foi como uma noite única, logo para os fãs houve um forte incentivo para vê-los por várias noites seguidas, o que os levou apaixonados por Rock a segui-los em todo o país. Além disso, a banda permitiu que seus fãs fizessem cópias de fitas dos shows e livremente fossem espalhadas entre si.

Em suma, hoje, o The Grateful Dead tem versões históricas das gravações de concertos da banda. Isto tornou-se uma coisa rentável por causa da cuidadosa qualidade de som superior (em comparação com muitas das gravações feitas por fãs em suas gravações.

Acerca de (Professional Attitude) Profissional com Atitude

Com exemplo é fundamental a construção de relacionamentos - um aspecto fundamental da atitude profissional no mundo da música. Muitos artistas promovem seus trabalhos visitando emissoras de rádio e televisão, cumprindo horários e agendas. E fundamentalmente respeitando a todas as pessoas na indústria musical.

Fonte: Professor John Kellongs (Introduction to the Music Business da BerkleeX)

e depois compare com The Fugees: http://www.youtube.com/watch?v=eClxA5KO9jE