segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Pra quem gosta de Propaganda (2)


Nascimento do Garoto Bombril em 1978 pela DPZ

O ano de 1978 representou uma nova fase na comunicação da Bombril e um marco na publicidade brasileira.

Foi o ano que os criativos Francesc Petit e Washington Olivetto, então na DPZ, introduziram na propaganda uma figura que incorporou as mudanças comportamentais da época: o Garoto Bombril, representado pelo ator Carlos Moreno.

Neste período, em plena fase de ditadura militar, a sociedade assistiu a uma mudança de valores na sociedade.

As mulheres começavam a valorizar mais os homens desprotegidos e tímidos, em detrimento do estereótipo machão e atlético.

O personagem ganhou de imediato a simpatia das donas de casa, e o Garoto Bombril deu maior ênfase à figura do garoto-propaganda. Desde então, surgiram outros com sucesso, como o Fernandinho (US Top, da Alpargatas), o Baixinho, da Kaiser, e Sebastian, da C&A, entre outros.

Em 1986, Olivetto abriu sua própria agência, a W/GGK, atual W/Brasil, e a Bombril acompanhou a mudança.

Em 1994 a campanha foi para o Guinness Book, Livro dos Recordes, como a série de publicidade mais longa do mundo.

Já em 2000 foi lançado o livro Soy Contra Capas de Revista, coletânea comemorativa do sucesso da campanha. Em 2004, a W/ anunciou o fim do personagem.

Dois anos depois, Carlos Moreno voltou a protagonizar o garoto-propaganda.

Nestes 30 anos de história, comemorados com o recente livro Eterno? 1001 Anúncios da Bombril, o personagem contabiliza mais de 350 comerciais gravados, imitando mais de 50 figuras públicas, como Monica Lewinski e Pelé.

 

Mamíferos da Parmalat viram case de promoção

Em 1996, a Parmalat decidiu apostar na presença de crianças em seus anúncios para incrementar as vendas de leite, por meio da campanha: "Mamíferos".

Criadas pela DM9, as peças eram ilustradas por crianças de idade entre três e cinco anos que dançavam fantasiadas de animais, como focas, leões e elefantes, ao som de um jingle marcante.

Entre 1997 e 1999, a ação atingiu seu ápice com a promoção "Mamíferos Parmalat" que presenteava os consumidores com bichinhos de pelúcia.

A experiência foi tão bem-sucedida que a produção inicial de 300 mil brinquedos subiu para 15 milhões, tornando-se a maior troca de brindes já realizada no Brasil.

Entre 1992 e 2000, a marca ganhou mais visibilidade patrocinando o futebol da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Depois disso, a multinacional passou por um turbulento período, iniciado em 2003, com um golpe financeiro milionário na matriz italiana. O endividamento da Parmalat foi estimado em 14 bilhões.

No Brasil, a empresa passou por recuperação judicial que terminou em maio de 2006, quando os credores da companhia aprovaram o plano e a dívida foi reduzida de R$ 970 milhões para R$ 270 milhões. Com a aprovação, o fundo Latin American Equity Partners (LAEP) fez um aporte de capital de R$ 20 milhões e assumiu o controle, com 98,5% das ações.

Na mesma operação, a Perdigão adquiriu a participação de 51% que a Parmalat tinha na Batávia.

Mesmo assim, a campanha "Mamíferos" ficou no subconsciente do consumidor e, em 2007, retornou à mídia, em campanha assinada pela agência África, para mostrar que seus mamíferos cresceram.

A nova produção resgatou os mesmo atores da primeira versão - já na faixa dos 15 anos - tentando vestir, sem sucesso, os antigos figurinos.

E aí, você lembra?