terça-feira, 15 de outubro de 2013

Prá quem gosta de Propaganda e Criação

W/Brasil inaugura era de criativos no comando de agências

Washington Olivetto não se tornou a principal referência da propaganda brasileira em todo o mundo apenas pelo reconhecimento de sua qualidade criativa, chancelada por dezenas de Leões em Cannes, inclusive o primeiro de ouro que o País conquistou, em 1974.
 
 Após 13 anos de memorável história na DPZ, tendo ingressado após Roberto Duailibi aprovar sua pasta, em 1973, Olivetto tomou uma decisão - de ter seu próprio negócio - que criaria um novo parâmetro para o mercado.
 
Após meses de análise da proposta de Paul Gredinger (presidente da suíça GGK e maior acionista individual de agências no mundo na ocasião) para se tornar sócio dele no Brasil, Washington aceitou, depois do aval de seu sócio, Javier Lussá.
 
Os termos da proposta eram irrecusáveis. Washington ganharia um pró-labore equivalente ao que ganhava na DPZ e seria ainda dono de 50% da agência.
 
O anúncio de sua saída lhe rendeu o fim da amizade com os sócios da DPZ, mas sua decisão marcou o início de uma era em que grandes criativos passaram a comandar as agências.
 
Foi um grande negócio para a GGK, mas, três anos e 168 prêmios internacionais depois, os sócios Washington Olivetto, Gabriel Zellmeister e Javier Lussá chegaram ao consenso de que não precisavam mais da GGK, em especial por esta há muito tempo não aportar contas novas e nenhuma das originais estar mais na agência.
 
A proposta aos suíços, feita logo após o Festival de Cannes de 1989, era pagar metade dos lucros futuros de dois anos e encerrar a sociedade sem atritos.
Gredinger aceitou.
 
Nascia assim a W/Brasil, a primeira agência brasileira liderada por um astro da criação nacional.

 

DPZ se destaca como celeiro de grandes talentos


A DPZ nasceu em 1º de julho de 1968, apenas com a conta de um revendedor Ford.
 
O trio de fundadores - formado por Roberto Duailibi, que vinha da Standard, José Zaragoza e Francesc Petit, vindos do estúdio Metro 3 - desafiou a tendência mundial que ainda prevalecia e que privilegiava as multinacionais quase que com exclusividade.
 
A agência apresentava-se como uma concorrente à altura e gerou um processo de renovação empresarial no setor. A agência inovou com dois departamentos de criação, um comandado por Francesc Petit e outro chefi ado por José Zaragoza, e tornou-se o maior celeiro de talentos da criação nacional.
 
Por lá passou uma geração inteira dos principais profi ssionais de criação do País desde a década de 70: Washington Olivetto, Nizan Guanaes, Neil Ferreira, Gabriel Zellmeister, Marcello Serpa, Tomás Lorente, Ruy Lindenberg, Murilo Felisberto (que chegou a dirigir um terceiro departamento de criação, nos anos 90), Ricardo Freire, Roberto Cippola, Helga Mietke, Átila Francucci e Ricardo Chester Amaral.
 
Em 2007, a DPZ viu a necessidade de se adequar às necessidades de maior controle de custos diante das margens de rentabilidade decrescentes, anunciando a unificação do departamento de criação.
 
O processo foi acompanhado pela demissão de seis pessoas, dentre elas os diretores de criação Carlos Rocca e Carlos Silvério.
 
Fez parte ainda deste pacote a venda do controle do escritório argentino para a Dentsu, de quem já é sócia na operação Dentsu Brasil.