segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Gente criativa diz: não

Gente criativa diz: não
Creative People Say No

 Tradução livre de Sérgio Duarte com adaptações

Um professor de psicologia escreveu uma vez a famosos criativos pedindo-lhes para serem entrevistados para um livro que estava escrevendo.

Uma das coisas mais interessantes sobre o seu projeto foi quantos disseram "não". Pois, com certa dificuldade, o professor entrou em contato com 275 pessoas criativas.
Um terço deles disse "não". A razão foi a falta de tempo.

Criar consomeÉ o dia todo, todos os dias.

Feito um pedido a já György Ligeti (compositor judeu húngaro, um dos mais notáveis compositores de música erudita do século XX) considerado criativo e ocupado, pelo professor, a resposta do músico foi: “não há tempo para ajudar neste estudo...  (e ele acrescentou que não poderia responder o pedido por carta por estar – desesperadamente - a terminar um concerto para violino, para a próxima estação). "

O traço comum que une os criadores é a forma como eles gastam seu tempo.

Não importa o que você lê, não importa o que eles afirmam, quase todos os criadores gastam quase todo o seu tempo no trabalho de criação.

Dizer "não" tem mais poder criativo do que as idéias, os conhecimentos e os talentos combinados.

A matemática do tempo é simples: você tem menos do que você pensa e precisa mais do que você sabe.

Nós não somos ensinados a dizer "não".

Não somos ensinados para não dizer "não". "Não" é rude. "Não" é uma rejeição, uma refutação, um ato menor de violência verbal.

Já os criativos não se perguntam quanto tempo leva algo, mas quanto custa criação.

Em uma entrevista, pedido de resposta a uma carta, uma ida ao cinema, um jantar com os amigos, uma festa, o último dia de verão. A pergunta na cabeça de uma pessoa criativa é: quanto menos eu vou criar a não ser que eu diga um "não"?
Um esboço? A estrofe? Um parágrafo? Um experimento? Vinte linhas de código? A resposta é sempre a mesma: Não temos tempo suficiente... 

As pessoas que criam reconhecem isto e sabem como dizer "não" , e que há conseqüências. Uma certa vez, o famoso escritor Charles Dickens (autor do livro Oliver Twist), rejeitou um convite de um amigo com a seguinte justificativa: "'É meia hora' - 'É uma tarde' - 'É uma noite'... As pessoas dizem-me uma e outra vez, mas eles não sabem que é impossível comandar a si mesmo... 

Conclusão de Dickens: "Quem nunca se dedica a uma arte deve se contentar em entregar-se totalmente para encontrar sua recompensa".

"Não" faz-nos indiferente, chato, mal-educado, hostil, egoísta, anti-social, indiferente, solitário e um arsenal de outros insultos
Mas "não" é o botão que nos mantém no mundo, dizem os criativos segundo a pesquisa.

Fonte: https://medium.com/thoughts-on-creativity/bad7c34842a2