Vale á pena ler de
novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda.
CapítuloV por Sérgio
Duarte
Cenp profissionaliza as negociações da atividade
publicitária
No
dia 16 de dezembro de 1998, representantes de agências, anunciantes e veículos
de comunicação colocaram em vigor as Normas-Padrão da Atividade Publicitária,
um regulamento que reúne as diretrizes para o estabelecimento de uma relação
ética entre todas as frentes envolvidas na atividade publicitária do País.
Mais
do que um documento que defi ne os limites dos profi ssionais, o conjunto de
normas nasceu com o propósito de reforçar a capacidade de auto-regulamentação
do setor.
Para
aplicar essas regras e zelar pelo seu cumprimento por parte dos envolvidos no
meio publicitário, foi criado o Conselho Executivo das Normas-Padrão, o Cenp.
Tendo as principais associações do âmbito da publicidade como mantenedoras -
ABA, Abap, Abert, ANJ, Aner, Central de Outdoor, Fenapro e ABTA, o Conselho,
por meio da outorga dos seus Certifi cados de Qualificação, é o responsável
pelo cadastramento de agências, anunciantes e veículos que, segundo a avaliação
de seus integrantes, estão aptos ao pleno e livre exercício das ações
comerciais e publicitárias.
Prestes
a completar 10 anos, o Cenp, atualmente presidido por Petrônio Corrêa, deu
início, há quatro meses, a uma profunda revisão do texto original de suas
normas, a pedido da ABA, que atentou para a necessidade de adequação das regras
ao cenário do mercado atual - bem diferente daquele existente em sua
elaboração.
A
inclusão de regras relativas às novas mídias, como internet e telefones móveis,
é um ponto defendido pela mantenedora para que sejam superadas as
obsolescências do Cenp e para que ele seja moldado de acordo com a realidade
das negociações comerciais do século 21.
Mensalão arranha imagem do mercado publicitário
O
escândalo do mensalão explodiu em 2004, com a revelação de um esquema de
corrupção envolvendo os Correios e que acabou derrubando o ministro José Dirceu
(Casa Civil), após acusações feitas pelo então deputado Roberto Jefferson
(PDT-RJ), que teve seu mandato cassado.
A
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou o caso indicou 40 pessoas,
entre parlamentares e assessores.
Eles
estariam envolvidos no esquema em que Marcos Valério, então dono das agências
mineiras SMP&B e DNA, seria o articulador da distribuição de recursos a
deputados em troca de fidelidade nas votações do Congresso.
Para
piorar ainda mais a situação, o publicitário Duda Mendonça admitiu, em um
depoimento à CPI dos Correios, que tinha recebido dinheiro em uma conta no
exterior como pagamento por seu trabalho na campanha de Lula à presidência.
A
imagem dos publicitários acabou chamuscada, pois ficou para a opinião pública a
impressão de que a publicidade oficial era mais uma forma de desviar recursos
públicos para causas ilícitas, sendo as agências os objetos da manobra.
A
Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap) tomou a iniciativa de
defender a categoria. As agências de Valério encerraram suas atividades e Duda
Mendonça não conseguiu renovar seus contratos com a Secretaria de Comunicação
da Presidência da República (Secom) e a Petrobras, além de perder as contas de
Guaraná Antarctica e Pão de Açúcar.