quarta-feira, 8 de abril de 2015

Vale á pena ler de novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda V

Vale á pena ler de novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda.

CapítuloV por Sérgio Duarte

Cenp profissionaliza as negociações da atividade publicitária


No dia 16 de dezembro de 1998, representantes de agências, anunciantes e veículos de comunicação colocaram em vigor as Normas-Padrão da Atividade Publicitária, um regulamento que reúne as diretrizes para o estabelecimento de uma relação ética entre todas as frentes envolvidas na atividade publicitária do País.

Mais do que um documento que defi ne os limites dos profi ssionais, o conjunto de normas nasceu com o propósito de reforçar a capacidade de auto-regulamentação do setor.

Para aplicar essas regras e zelar pelo seu cumprimento por parte dos envolvidos no meio publicitário, foi criado o Conselho Executivo das Normas-Padrão, o Cenp. Tendo as principais associações do âmbito da publicidade como mantenedoras - ABA, Abap, Abert, ANJ, Aner, Central de Outdoor, Fenapro e ABTA, o Conselho, por meio da outorga dos seus Certifi cados de Qualificação, é o responsável pelo cadastramento de agências, anunciantes e veículos que, segundo a avaliação de seus integrantes, estão aptos ao pleno e livre exercício das ações comerciais e publicitárias.

Prestes a completar 10 anos, o Cenp, atualmente presidido por Petrônio Corrêa, deu início, há quatro meses, a uma profunda revisão do texto original de suas normas, a pedido da ABA, que atentou para a necessidade de adequação das regras ao cenário do mercado atual - bem diferente daquele existente em sua elaboração.
A inclusão de regras relativas às novas mídias, como internet e telefones móveis, é um ponto defendido pela mantenedora para que sejam superadas as obsolescências do Cenp e para que ele seja moldado de acordo com a realidade das negociações comerciais do século 21.

Mensalão arranha imagem do mercado publicitário 

O escândalo do mensalão explodiu em 2004, com a revelação de um esquema de corrupção envolvendo os Correios e que acabou derrubando o ministro José Dirceu (Casa Civil), após acusações feitas pelo então deputado Roberto Jefferson (PDT-RJ), que teve seu mandato cassado.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou o caso indicou 40 pessoas, entre parlamentares e assessores.

Eles estariam envolvidos no esquema em que Marcos Valério, então dono das agências mineiras SMP&B e DNA, seria o articulador da distribuição de recursos a deputados em troca de fidelidade nas votações do Congresso.

Para piorar ainda mais a situação, o publicitário Duda Mendonça admitiu, em um depoimento à CPI dos Correios, que tinha recebido dinheiro em uma conta no exterior como pagamento por seu trabalho na campanha de Lula à presidência.

A imagem dos publicitários acabou chamuscada, pois ficou para a opinião pública a impressão de que a publicidade oficial era mais uma forma de desviar recursos públicos para causas ilícitas, sendo as agências os objetos da manobra.


A Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap) tomou a iniciativa de defender a categoria. As agências de Valério encerraram suas atividades e Duda Mendonça não conseguiu renovar seus contratos com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) e a Petrobras, além de perder as contas de Guaraná Antarctica e Pão de Açúcar.