segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Eu não vou contratar pessoas que tenham uma gramática pobre.

Neste artigo Wiens provoca o leitor sobre a importância da gramática e o desenvolvimento de uma linguagem correta e interpretativa para trabalhar em suas empresas. 
No Brasil, a grande maioria (5% das pessoas, em recente pesquisa da Feira do Livro) das  pessoas não consegue interpretar o que leem, e pior: não sabem escrever corretamente. 

 Em sala de aula, não há mais o Vestibular e sim os Testes de Acesso, os quais promovem-se a aprovação de estudantes as instituições privadas de ensino com sérios problemas de leitura e escrita.

 Por outro lado, as empresas pouco aplicam testes gramaticais nas contratações e, em provas de língua inglesa são incipientes tanto os aplicadores, quanto os candidatos. Há o famoso "Laissez Faire".
 
No artigo publicado a Harvard Business Review , Wiens faz suas provocações. Leia e faça sua reflexão.

Eu não vou contratar pessoas que tenham uma gramática pobre.
I Won't Hire People Who Use Poor Grammar. Here's Why. Kyle Wiens. Uma tradução livre de Sérgio Duarte.
Se você acha que um apóstrofo foi um dos 12 discípulos de Jesus, você nunca vai trabalhar para mim.

Se você acha que um ponto e vírgula (cólon) é um sinal indicativo como uma crise (do cólon... já que cólon é a maior porção do intestino grosso): não vou contratá-lo.

Se você distribui vírgulas em uma frase com se utilizasse uma espingarda, você pode continuar dando tiros até a saída da empresa, e será acompanhado educadamente.

Alguns podem achar a minha abordagem à gramática de forma extrema.

Todavia eu prefiro a Truss Lynne em sua fraseologia cuidadosa de “Defensor da gramática”. Segundo ele ( autor de Eats, Shoots & Leaves)  a  "tolerância zero" para os erros de gramática que fazem as pessoas parecerem estúpidas.

Bem, Truss e eu discordamos sobre o que significa ter "tolerância zero".

Ela acha que as pessoas que confundem seus itses (ou seja, o termo coisa):  "merecem ser atingidas por um raio, rachadas no local e enterradas  em um buraco (cova) sem marcação"...

Eu, entretanto, só acho que eles mereçam ser preteridos em uma vaga de trabalho, até mesmo quanto tenham qualificação para uma posição de trabalho.

Todos que se candidatam a uma posição em uma das minhas empresas: a iFixit ou a Dozuki, fazem um teste de gramática obrigatório.

Casos como pessoas que escrevem e não sabem a diferente entre os termos para e também (to e too no inglês) têm suas fichas de inscrição lançadas ao lixo...

É notório, que nós escrevemos para a vivermos.

A empresa iFixit.com (nota: é uma empresa de manuais) tem o maior manual em temos de reparo, e Dozuki ajuda as empresas a escrever suas próprias documentações técnica, como manueal de trabalho e manuais passo-a-passo para os usuários.

Logo, faz sentido que nós fazemos um ataque preventivo contra os erros de gramática.

Assim a gramática é relevante para todas as empresas.

A língua está em constante mudança, o que não faz a gramática sem importância.

A boa gramática é a credibilidade, especialmente na internet.

Em postagens, sobre um status no Facebook, nos e-mails e em sites da sua empresa, suas palavras são tudo o que você tem.

Elas são uma projeção de você na sua ausência física. E, para melhor ou para pior, as pessoas julgam você se você não sabe fazer a diferença.

A boa gramática faz muito sentido nos negócios - e não apenas quando se trata de contratação de escritores.

Escrever não é fundamento no desenvolvimento trabalho rotineiro da maioria das pessoas em nosso escritório.  Mas, mesmo assim, nós aplicamos um teste de gramática para todos, incluindo a toda nossa equipe de vendas, equipe de operações, e até nossos programadores de linguagem de computadores.

Em face disso, a minha abordagem de tolerância zero para os erros gramaticais podem até parecer um pouco injusta.

Afinal, a gramática não tem nada a ver com o desempenho no trabalho, ou criatividade, ou inteligência, certo?

Errado.

e alguém leva mais de 20 anos para perceber como usar corretamente um termo, substituindo-o por exemplo: pela palavra coisa (it`s), observa-se, então não houve uma curva de aprendizado , neste caso.

(nota: muito comum no Brasil as pessoas usarem o termo “coisa” quando não sabem um substantivo na linguagem coloquial).

Assim, em um mercado hipercompetitivo, um programador que não pode escrever errado , logo não pode ser aprovado a uma vaga de emprego.

A  gramática significa mais do que apenas uma pessoa ter a capacidade de lembrar em inglês do aprendido no ensino médio.

Eu descobri que as pessoas que cometem menos erros em um teste de gramática, também tem menos erros quando estão fazendo algo completamente alheios à escrita (em coisas simples, como abastecer prateleiras, por exemplo...).

Na mesma linha  de pensamento, os programadores que prestam atenção à forma como eles constroem a linguagem escrita também tendem a prestar muito mais atenção à forma como eles codificam em uma construção.

Note que nesta atividade o código programado é como uma prosa literária.

Os grandes programadores estão mais do que restritos em codificar, pois segundo a equipe de programação, eles são "ensaístas que trabalham com as tradicionais formas estéticas e literárias”, na atividade desempenhada.

Neste caso, o ponto central é que a programação de computadores deve ser facilmente compreendida por seres humanos (reais): “não apenas pelos computadores”.

E, também como na boa escrita e na boa gramática, quando se trata de programação, o diabo está nos detalhes.

Na verdade, quando se trata de todo o nosso negócio, os detalhes são tudo.

Eu contrato pessoas que se preocupam com esses detalhes.

Os candidatos que não pensam na importância da escrita estão propensos a pensar que outras coisas não são importantes, também.

E eu garanto que mesmo que outras empresas não estão aplicando testes de gramática, eles sempre prestam atenção aos erros (colocados negligentemente) em currículos.

Afinal, quem é desleixado sempre faz as coisas de forma desleixada.

É por isso que usamos os testes de linguagem nas pessoas que na nossa porta estão à procura de um emprego.

O teste de gramática é a minha prova de fogo.

Todos os candidatos dizem que são detalhistas, logo eu só faço-os provar através destes testes.

 
Kyle Wiens é CEO da iFixit, a maior comunidade de reparo on-line, e também fundador da Dozuki, uma empresa de software dedicada a ajudar as indústrias na publicação de manuais.