Vale á pena ler de
novo: fatos que marcaram a nossa Propaganda.
Capítulo I por Sérgio Duarte
O banimento do cigarro na publicidade.
Até
1999, a indústria mundial de cigarros investia 6% do seu lucro bruto em
publicidade, o dobro do praticado por outros setores.
A proibição da publicidade de cigarros
em TVs, rádios, outdoors e internet foi definida por legislação em dezembro de
2000, época em que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), era ministro
da Saúde e defensor da medida.
A
lei proibiu ainda ações de merchandising e patrocínio de eventos.
Esta
última restrição entrou em vigor em 2003. O prazo foi concedido para adaptação
das empresas às normas, como ocorreu na etapa brasileira da Fórmula 1.
Uma
das soluções para o fabricante de cigarros Philips Morris foi exibir sua logo
no carro de corrida e macacão da Ferrari em apenas quatro dos 17 países onde foram
disputadas as provas.
Nas
décadas anteriores, o uso do cigarro estava aliado à sensualidade, à virilidade
e até à saúde, com o uso de esportistas como garoto-propaganda.
Nos
anos 1980, a publicidade passou a destacar o baixo teor de tabaco, como a da
marca Free, mas os fabricantes passaram a ser obrigados a estampar na embalagem
dos produtos fotos das doenças e perigos do fumo, a partir de 2001.
A
proibição da publicidade de cigarros criou precedente para que outros setores
em especial o de bebidas se tornassem alvo de restrições à sua comunicação
comercial tanto por parte do Executivo federal como do Legislativo.
O
Conar tem reagido a esse movimento.Uma das principais medidas foi a criação da
nova autorregulamentação para a publicidade de bebidas alcoólicas, que entrou
em vigor em 2003, criando regras mais rígidas.
O
embate continua até dos dias atuais, e em 2007, o governo federal criou a
Política Nacional sobre o Álcool, para coibir abusos e tramita através do Ministério
da Saúde pode um projeto de lei ao Congresso Nacional para restringir
publicidade de bebidas alcoólicas.
Você
acredita que não teremos (no futuro mais) comerciais das atuais marcas de
cerveja,
que invadem nossa tela nos dias quentes de verão?
Rock
in Rio inaugura era dos grandes festivais
Um simples briefing da cervejaria Brahma de 1984, que queria lançar uma nova marca
no mercado, foi à centelha para a criação do maior festival de rock do mundo
até então.
Naquela
época, o único paralelo que havia era Woodstock, o famoso festival hippie dos
anos 60, tempo em que a palavra patrocínio ainda era desconhecida do grande
público.
O
Rock in Rio acontecia em janeiro de 1985, nascido com a proposta de ser uma
plataforma de comunicação para seu patrocinador.
Roberto
Medina, fundador e presidente da Artplan, acreditava em um exponencial retorno
para a marca de seu cliente ao apresentar dez dias de shows com as maiores
estrelas da música pop mundial, que trariam média de 200 mil pessoas por dia.
Foram
mais de 30 atrações, das quais metade era internacional, e não havia no Brasil
a tradição de sediar grandes turnês.
A
cerveja em questão, a Malt 90, não existe mais, porém viveu intensamente
enquanto esteve associada ao Rock in Rio, tendo permanecido nas gôndolas até
início dos anos 90.
Apesar
de só repetido no Brasil em 1991, com patrocínio da Coca-Cola, e em 2001, com a
America Online, o Rock in Rio inaugurou uma era de grandes eventos e deu um
sentido mais profissional ao conceito de marketing de entretenimento; além de
lançar a música como plataforma de comunicação de grandes marcas, conceito hoje
tão comum.
Em
2004, o evento voltou à cena, quando Medina conseguiu, às vésperas da Eurocopa,
realizar o Rock in Rio Lisboa, com patrocinadores como o banco BCP Millenium e
a Vodaphone.
Em
2009, Portugal recebe a terceira edição e Madrid, a sua primeira. Na Espanha,
todas as cotas de patrocínio foram vendidas antes mesmo do anúncio de qualquer
banda.
No
Brasil foram vendidas camisetas com os dizeres: “Eu fui” depois do primeiro
Rock In Rio. Depois na Espanha, tivemos: "Yo voy" tema da campanha
elaborada pela Artplan, inspirada no bordão criado em 1985.
Você
acredita que o mercado americano, conhecido por “ Show Business”
ou Show Biz
vai recepcionar o Rock in Rio, como ocorrido na Europa?